31.07.2014
Postado por Raisa Rocha
A receita para aceitar, idolatrar e respeitar esse que é um dos maiores da história é simples: entender que Ronaldinho Gaúcho é jogador de futebol mas está muito longe de ser um atleta.
Ronaldo de Assis Moreira, mais conhecido como Ronaldinho Gaúcho, começou sua história no futebol no Grêmio de Porto Alegre. Em pouco tempo encantou a todos e não demorou muito para se transferir para o futebol europeu. Em manobra que gerou ganho zero para o clube, essa transação foi a primeira polêmica de sua carreira.
Fez história na Europa, na Seleção Brasileira, foi o Melhor do Mundo por duas vezes e em 2011, quando estava em baixa, resolveu retornar ao Brasil. Quando tudo estava acertado para o Gaúcho vestir as cores do Grêmio (e se redimir do passado 10 anos depois), o jogador e seu empresário Assis surpreenderam o país ao anunciar que ele iria jogar no Flamengo.
Ronaldinho foi apresentado no Flamengo em 12 de Janeiro de 2011. O amor entre rubro-negros e o Gaúcho foi imediato. Mas como uma paixão, durou pouco. Apesar das baladas, faltas e atrasos em treinos, sua genialidade, idolatria e popularidade o mantinham intocável. Foi quando a Traffic deixou de cumprir um acordo verbal com o Flamengo que a crise entre os dois se acentuou. Após um ano e cinco meses de Flamengo, Ronaldinho Gaúcho rescindiu seu contrato.
A cada rescisão o mundo se engalfinhava pelo jogador. Dessa vez foi diferente: com a moral em baixa após mais um episódio envolvendo interesses financeiros, o jogador ficou um tempo sem clube. Foi quando surgiu o Altlético Mineiro do louco Kalil.
Contrariando as expectativas, Minas fez muito bem ao Gaúcho. Inclusive a noite mineira, já que R9 e suas mulheres nunca deixaram de aparecer em festas e boates. Sua primeira temporada, apesar de lampejos do craque, não foi tão marcante; foram apenas 9 gols em 32 jogos pelo Campeonato Brasileiro e as especulações sobre sua permanência no Galo eram sempre pauta na mídia. Foi em 2013 que as coisas mudaram e o gênio recuperou sua alegria de jogar.
Na disputa da Libertadores, título tão desejado pelas equipes brasileiras, inédito para o Galo e para Ronaldinho, que ele marcou seu nome para sempre na história do Atlético Mineiro. Ronaldinho era idolatrado por cada país onde passava e a cada jogo se tornava mais importante e se sentia mais dono do time. Suas belas jogadas, lances que ninguém imaginaria, assistências, gols e golaços começaram a se tornar freqüentes na campanha excepcional que o Galo mineiro fazia. O entrosamento com Jô e Tardelli era fantástico e cada vez mais notório. Victor fazia milagres no gol. Bernard aparecia para o mundo. A cada rodada, a cada fase, o time se tornava mais obstinado, mais unido e com mais garra. E Ronaldinho, para a alegria dos atleticanos e inferno dos adversários, cada vez estava mais feliz. Final perfeito com o título da tão cobiçada Taça Libertadores.
O casamento entre Ronaldinho e Atlético-MG foi eterno enquanto durou. Marcou seu nome no clube e há muitos que afirmam que é o maior jogador da história do Galo. Em 2014 o R9 voltou a perder a alegria de jogar e, conseqüentemente, quase destruiu mais uma história de amor. Ausências inexplicadas, festas homéricas, badalação mundo à fora, desrespeito e desobediência ao técnico foram alguns dos ingredientes que forçaram o final do relacionamento.
Ontem o ídolo fez sua despedida oficial. De forma emocionada, disse em alto e bom tom que Minas e o Galo são sua segunda casa e que sempre voltará pra visitar os amigos. Mais uma vez Ronaldinho deve dar adeus ao futebol brasileiro. Já que não podemos desejar “juízo”, desejamos boa sorte. Algum mercado emergente e de disputa menos qualificada, como os EUA, deve ser o próximo destino de Ronaldinho, Mineiro, Gaúcho.
A famosa festa na piscina foi um dos últimos casos do conhecido lifestyle do Gaúcho. A imagem, que circulou pela internet, é do período de pausa para a Copa do Mundo.