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10.08.2014

Postado por Raisa Rocha

402 vezes GRENAL

Recentemente li um post de um jornalista gaúcho que mexeu comigo. Serviu como um alerta pra uma passividade que pode atingir àqueles que se dedicam ao futebol, enquanto trabalho. Mérito para ele que ganhou menção honrosa na Bola, também porque representa a minoria que não se empolga com o clássico e mais ainda por ter tido o culhão de partilhar sua visão das coisas. Partindo do princípio que o texto em questão é de um opinião pessoal e não exatamente jornalístico, me vejo apta a também opinar sob outra perspectiva.

O texto tal questiona a maior premissa do clássico, que é ser o jogo mais importante do ano para a dupla. Pode ser futebol de cegos, na cadeia, no vídeo game, no botão, no gulliver, aonde for! Ninguém nunca quer perder um Grenal.

 

FONTE: Reprodução/Football Culture

FONTE: Reprodução/Football Culture

Sem puxar a sardinha, o GRENAL é definitivamente o maior clássico do Brasil. No Rio Grande do Sul, mesmo que tu não entenda nada de futebol, tu é gremista ou tu é colorado. É obrigação de cada gaúcho nem que seja uma mínima simpatia por um ou outro. Não existe alguém que torça pelos dois, não existe alguém que torça primeiro para qualquer outro time e depois para Grêmio ou Inter. Para uma ampla maioria dos gaúchos do interior, o primeiro time é um dos dois da dupla, depois se torce pelo time da cidade.

Esse mero jogo entre azuis e vermelhos tem o velho e temido poder de derrubar técnicos e arrumar ou desarrumar a casa. Isso não é algo que pode ser questionado, simplesmente é e sempre será. Quem ganha tem sobrevida, independente se está na última posição do campeonato.

A “Semana Grenal”, o derradeiro jogo, a rivalidade, as flautas dos torcedores e todos os seus ingredientes são um patrimônio cultural do RS, assim como os outros clássicos do país também o são para os seus estados. A coisa é tão forte que jamais um Grenal se dará em outra circunstância que não seja um domingo. Virou música e tudo, é assim tanto quanto gaúcho fala bá e ponto.

Com todo o respeito aos outros times do Brasil e do mundo, o Grenal 402 que, além de tudo, coloca frente a frente Felipão e Abel Braga 18 anos depois, não pode ser comparado a outro jogo qualquer. Dar menção a diminuir o clássico é no mínimo leviano e quase um ato de desrespeito. É preocupante e sintomático de uma época tão às avessas quanto a nossa. Época onde certamente teremos neste domingo, no novo Beira-Rio, alienados torcedores sentados em confortáveis cadeiras mandando sentar os que estiverem em pé, em plena batalha.

Sem mais delongas, um último paralelo entre os dois textos. O texto inspirador foi fechado com a pérola de que trocaria perder, até de goleada, por um título. Meu querido, fique com a taça que amanha eu quero ganhar de 7×1.

* Leia o texto inspirador desse post: Gre-nal é uma distração

FONTE: Reprodução/Football Culture

FONTE: Reprodução/Football Culture

A Bola que Pariu