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26.03.2016

Postado por Arquivo

Calma, menino Neymar!

Brasil 2×2 Uruguai – Eliminatórias da Copa do Mundo

Jogo da seleção é incrível. Não o jogo, mas a ansiedade que me cerca. É uma esperança que se renova a cada “hoje tem jogo do Brasil”. Conto as horas, os minutos, tento não falar sobre ou esquecer, mas não dá. Tento ter menos expectativas e me adaptar à realidade, mas não dá. Esse sentimento brasileiro maternalmente herdado é incrível. O sentimento de país do futebol mora em mim.

O jogo começou de forma espetacular, fiquei impressionada. Gol logo no comecinho e outro antes dos 25 minutos, ainda do primeiro tempo, me faziam acreditar que a Seleção Brasileira voltou. Toques rápidos e curtos, boa movimentação. Realmente parecia um sonho.

Eu já devia ter aprendido sobre os uruguaios, principalmente sobre Suárez, que desde a Copa de 2010 a raça me enche os olhos. A vontade e a garra definitivamente marcaram essa seleção. Um dia vou poder dizer aos meus filhos: eu vi um Uruguai com tanta raça que você provavelmente não irá ver em outro time.

Getty Images

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E esse jogo de ontem ficou marcado pela volta do Suárez, pelo nosso desequilíbrio emocional e por erros individuais.

Suárez realmente é fora do comum, acha espaço onde não tem, coloca David Luiz pra sentar e chorar. Torcer contra esse cara é pedir pra sofrer. Você sempre sabe que ele fará algo e dessa não foi diferente.

Quando abrimos 2×0 parecia que o jogo estava definido, subestimamos os uruguaios. Antes do fim do primeiro tempo Cavani abriu o placar para os celestes.

Segundo tempo parecia de longe outra partida. Se foram nossa movimentação, nossa vontade e principalmente nossa vitória. Nas costas do David Luiz, ninguém menos que Luis Suárez empata o jogo. A partir daí, perdemos também o nosso emocional.

David Luiz teve erros grotescos. Deu até assistência pro Pistolero e se não fosse Alisson, teríamos saído com a derrota.

Neymar é craque, é o diferencial dessa seleção. Mas, infelizmente, não está preparado para ser capitão. Não está preparado para pegar a bola e acalmar todo o time, é o primeiro a explodir. Tomou cartão amarelo e está de fora da próxima partida.

Faltou liderança. Faltou um discípulo de Cruyff para organizar o time. Sobre Dunga? Perdi as esperanças. A seleção mostrou bom futebol no primeiro tempo, mas logo quando as linhas do Uruguai foram adiantadas, Dunga se perdeu.

Terminamos o jogo com gosto amargo para os brasileiros e com um gosto doce de vitória para os celestes.

As atuações de Douglas Costas e Fernandinho me encheram os olhos de alegria e me deram esperanças.

No mais, esperamos o jogo contra o Paraguai, às 21:45 da próxima terça-feira. Sem Neymar e sem David Luiz, deposito minhas esperanças em Douglas Costa e Coutinho (isso se for titular).

 

Ler mais da Bruna Pires

A Bola que Pariu