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07.08.2016

Postado por Raisa Rocha

Obrigada, meninas!

Brasil 5×1 Suécia – Futebol Feminino Olimpíadas Rio 2016

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Ricardo Stuckert/CBF

Imagina se essas meninas tivessem metade da estrutura que o futebol masculino tem? Se cada uma dessas jogadoras da Seleção tivesse um clube pra treinar regularmente? Porque sim, se você não sabe, algumas delas estão sem clube (como a Formiga) pra desenvolver diariamente seu talento.

O jogo de ontem foi épico. Marta e o time inteiro deram show. Troca de passes, tranquilidade, marcação firme, triangulações, inversões de jogo. Tudo deu certo, um jogo modelo pra passar nas resenhas e a materialização do que se espera de uma equipe entrosada. Poderia me ater a aspectos mais táticos, mas prefiro compartilhar com vocês algumas visões e devaneios sobre o momento do futebol jogado por elas.

Essas Olimpíadas JÁ são um momento histórico pro futebol feminino. Pela repercussão, pela identificação sem precedentes do brasileiro para com elas.

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Ricardo Stuckert/CBF

Não tem mimimi, não tem segurar o jogo porque tá ganhando, não tem deslumbre nem amarelar na pressão. Tem trabalho, categoria, futebol e orgulho por vestir o manto amarelo.

E para nós, mulheres, assistir aos jogos dessas meninas é um afago na alma. Não sou do tipo que se emociona fácil, mas tenho assistido aos jogos delas com o corpo sensível, trêmulo, de quem se sente representada, de quem sabe que nossa luta é árdua, diária e longa, mas que nós estamos aqui e que juntas somos fortes. E com a esperança revigorada de que novos tempos pras mulheres no futebol não são um delírio, mas sim uma possibilidade viva e real.

Feminino 002 - Ricardo Stuckert CBF4a

Ricardo Stuckert/CBF

É difícil se conter, a competição Olímpica mal começou e ainda tem muita água pra rolar. Mas está sendo bem difícil segurar a onda com tanto talento, categoria e bola no pé dessa Seleção Feminina.

É quase triste pensar que o sucesso e o reconhecimento à Seleção Feminina estejam diretamente ligados aos fracassos incessantes dos homens no país do futebol. As comparações carregadas de um machismo inconsciente por uma suposta superioridade não têm fim: “Marta é melhor que Pelé”, “Cristiane joga mais que fulano”, “Ela aquilo porque Ele aquilo outro”… Mas hoje não é dia de relativizações, é dia de comemorar. Só por hoje não vou problematizar. Obrigada, meninas.

Feminino 002 - Ricardo Stuckert CBF5a

Ricardo Stuckert/CBF

 

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