04.11.2016
Postado por Renata Figueira de Mello
Futebol: o Brasil importou e transformou em Arte
O Brasil sempre foi descrito como “o país do samba e do futebol”. Quem é brasileiro sabe que tem muito mais. Que além do Carnaval e da bola na várzea ou no campo tem a bossa nova, o jazz, o sertanejo, o forró e que tem também outras bolas (do vôlei – de quadra e de praia, do tênis, do basquete e do handebol) e ainda outros esportes que dominamos bem como o surf, o automobilismo, o remo e por aí vai. Mas o futebol… Ah! Esse vício que veste camisas rubro-negras, alvi-verdes, tricolores, alvinegras (praianas, inclusive ♥)… tem passaporte com carimbo brasileiro, apesar de brilhar mais lá fora do que aqui.
E digo mais: o tal “futebol arte” é artigo nosso, Made in Brazil, com certeza! E como tão bem definiu o meu mestre Roberto Avallone, em conversa pelo WhatsApp esta semana, “é aquele futebol que é jogado com leveza, com graça, com plástica!” Nem sempre tão eficiente, nem sempre tão conclusivo, e que encontra pela frente o futebol que hoje prevalece, o da preparação física e até o da “porrada” para neutralizar “os artistas da bola”.
Nesta minha primeira colaboração para o Galeria Futebol Arte eu não poderia deixar de convidar o Avallone, porque foi com ele que dei minhas primeiras “pinceladas” nos textos esportivos, do boxe (o nobre esporte) à Fórmula 1, no Jornal da Tarde. Eu como foca, é claro, e ele como chefe conselheiro, conhecedor da matéria (o mundo esportivo), mas, sobretudo um “apaixonado” pelo futebol como quase que exatamente “uma expressão artística”, que comove e leva às lágrimas quando bem jogado.
Então, neste papo virtual, pedi ao Avallone que desse exemplos e ele citou alguns desses “artistas do futebol”. De batepronto, me veio com estes:
- Futebol Arte é o que fazia Pelé…
como se fosse um guereiro africano, pintado, pronto para a guerra, mas munido de mil e uma artimanhas (ou neste caso seriam Arte Manhas?)… O maior artista de todos!!!
- Futebol Arte é o que fazia Garrincha…
como se fosse um Charles Chaplin dos gramados, driblando pra lá, driblando pra cá, segurando o calção pra não cair… fazendo da subida ao ataque um verdadeiro espetáculo!
- Futebol Arte era aquele que Ademir da Guia praticava…
que tinha tanta intimidade com a bola que, com arte, conversava com ela e a chamava de “você”.
- Neymar é outro símbolo do Futebol Arte, da atualidade… é o que dribla, um, dois, três – COM SUAVIDADE – e mais: com aquela gana de quem quer ganhar o jogo, não de uma maneira qualquer, e sim, artisticamente, como se fosse um quadro de Picasso!
Então, arrematando as palavras do mestre Avallone eu diria que Arte e Futebol estão muito próximos, porque envolvem talento e emoção ao ponto de transformar um jornalista como ele, com tanta bagagem, em poeta quando descreve jogadas como se fossem esculturas ou telas. Seria aquele momento pausado do gol, do drible, da cabeçada, da finta, da bicicleta ou do voleio que eterniza o talento dos “artistas da bola” e se fosse cinema, música ou ballet se equivaleriam aos movimentos vigorosos, o ritmo, a coreografia genial.
Começo minha participação nessa galeria falando dessa ARTE que há no futebol, para introduzir, mais tarde, as artes e os artistas que se inspiram neste esporte, bretão por natureza e tão brasileiro, quando ele extrapola a simples eficiência pra ser Arte também!
Fonte: Arquivos do JT e GoogleFreeShare e capa, composição de Gérson Guerreiro
