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02.02.2017

Postado por Raisa Rocha

Tá difícil

Sul-Americano Sub-20 – Hexagonal Final

Na última segunda-feira, Equador e Brasil abriram a fase final, um hexagonal, pelo Sul-Americano Sub-20. Como já devem saber, terminou em empate.

Relembremos…

Tudo seguia de forma sonolenta quando “bateu uns cinco minutos” na gurizada e num bate-rebate abrimos o placar, por volta dos 15’ de jogo. Em um raro momento coletivo, com marcação alta e imposição, abrimos o 2×0. Tudo estava tranquilo e favorável, o Equador abatido. Fim do primeiro tempo.

Na segunda etapa pela primeira vez rolou um “encaixe”. Mas os meninos decidiram cozinhar o jogo, em fogo baixo, e a coisa desandou. O resultado, construído em castelo de areia, ruiu em dois pênaltis (ainda houve um terceiro que o juizão preferiu não ver) e na casa do adversário, tomamos um sacode.

A competição é uma preparação para o Mundial da categoria, em maio. Mas, mais do que preparatório, também é classificatório (passam os 4 primeiros) e, algo me diz, é bem possível que o Brasil fique de fora…

004 Seleção Sub-20 - Lucas Figueiredo CBF1

Os meninos brasileiros têm tido mais sorte do que juízo, desde a primeira partida. Como se tornou praxe, jogando pouco os gols têm aparecido. A campanha é de ótimos resultados e o futebol, daqueles bem mais ou menos. Vai que até maio o encaixe surja… porque até o final do hexagonal, duvido muito.

Hoje teremos pela frente o Uruguai, disparada a melhor seleção da competição. O mais provável é que o pior ocorra (leia-se, tomar uma goleada). Digo isso não somente pelo já citado mau jogo coletivo, mas pelo trágico empate que evidenciou um grave descuido no emocional nesta preparação.

Aliás, como fazem cena estes meninos! Quantas caretas e gesticulações, estão eles jogando bola num Big Brother? Não é só nas linhas desencontradas e espaçadas das mecânicas de jogo que é urgente um amadurecimento.

001 Seleção Sub-20 - Lucas Figueiredo CBF3

Não quero seguir “metendo o pau”. Tenho consciência de também contribuir com minha parcela de responsabilidade. Afinal, após o ótimo trabalho anterior, que culminou no Ouro Olímpico, muitos de nós já víamos em Micale um cara pronto para repetidos sucessos. Tolice. Bem sabemos que essa tarefa é árdua e para poucos. Seguro meu reggae, consciente dos perigos da crença no “país do futebol”, que não permite erros. Nem nos clubes, nem no time de amarelo.

Talvez seja bom não classificar pro Mundial, não é bom que esqueçamos da verdadeira face do futebol brasileiro, a da profunda crise. E os bons resultados têm esse poder. Medalha de Ouro e a revolução de Tite resgatam o orgulho ferido, por hora basta.

 

Fotos de Lucas Figueiredo/CBF

A Bola que Pariu