Líder, classificado e irregular

O Galo venceu o Tricordiano, em Divinópolis, por 2 a 1 e manteve 100% de aproveitamento no Campeonato Mineiro. Esse jogo teve elementos muito mais interessantes que o próprio desenho traçado dentro das quatro linhas. As peculiaridades do interior de Minas e a relação da população com os clubes de menor expressão são parte da beleza que é o futebol popular. Campeonatos regionais são competições fantásticas, mas pouco valorizadas diante do imenso mercado que o futebol moderno sustenta atualmente.

O Tricordiano impôs preços absurdos e incoerentes com a própria condição do estádio – os ingressos custavam 70 e 100 reais. Mas jogos no interior têm fugas sensacionais: é possível assistir ao jogo da laje da própria casa, em família e com churrasco acontecendo. Na memória de um amigo no bar, ele conta sobre os jogos no Ipatingão, onde muitas pessoas assistiam aos jogos em cima das árvores do entorno do estádio.

O inicio do segundo tempo foi atrasado por alguns poucos minutos, pois era necessário esperar que o trem passasse pela região com sua buzina característica. A situação divertiu os torcedores que não vivenciam essa realidade.

Globo Esporte

O futebol apresentado pelo Galo no Campeonato Mineiro ainda está longe das expectativas criadas pela torcida. É verdade que o gramado estava em péssimo estado, bastante irregular. A bola, segundo o Giovanni, estava murcha e o calor escaldante deixava o jogo mais lento que o normal. Elementos que podem sim ter sido decisivos na atuação mediana do time, mas que não convencem o torcedor desconfiado nesse início de ano.

Com um elenco talentoso como o nosso, é natural que se espere muito do time mesmo. Mais normal ainda é o time apresentar um futebol irregular em início de temporada. O torcedor vive o dilema entre apoiar e exigir bons resultados e futebol arte, assim quando os dois não acontecem juntos, a corneta soa impiedosa.

Bruno Cantini

Individualmente, o time atleticano vai bem. Otero teve mais uma ótima atuação e parece ter um fôlego infinito. Ele é capaz de correr durante todos os 90 minutos e disputar jogadas que pareciam perdidas. Fred segue implacável e alcançou a marca de 11 gols em 10 jogos disputados. O desempenho no primeiro tempo foi, de fato, satisfatório, mas a equipe ficou acomodada com o placar magro de 1 a 0 e acabou levando o empate no segundo tempo. Roger abriu o time e, mesmo exposto a contra-ataques, conseguiu retomar o ritmo do jogo.

A força está com ele e o gol da vitória não poderia ter sido mais especial: Rafael Moura, com sua emblemática camisa 13, marcou já nos acréscimos e nos manteve na ponta da tabela, invictos no Campeonato Mineiro. Rafael, enfim, realiza o sonho de vestir o manto alvinegro e se destacar, ajudando o time e sendo decisivo. Atleticano de coração, o Galo está na vida, na família e na profissão do nosso He-Man e vê-lo atuando dessa forma é de encher os olhos de qualquer torcedor. A comemoração dele não é apenas a comemoração do jogador que comemora o gol feito, mas a do torcedor que pode ajudar diretamente o time a conquistar mais uma vitória. E que a força continue com ele!