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02.04.2017

Postado por Ana Clara Costa Amaral

Quem tem medo do Mineirão?

Cruzeiro 2×1 Atlético Mineiro – R10 do Campeonato Mineiro 2017

Era só mais um clássico de fase classificatória do Mineiro. E ainda sem qualquer relevância pra tabela – o Cruzeiro não pode mais alcançar o primeiro lugar. Tudo pronto para um jogo morno, pois?

Washington Alves

Washington Alves

O que a gente não contava era com o marketing à la UFC adotado pelos cartolas mineiros para a promoção do embate. Podem ter certeza – a última coisa que qualquer um dos lados levou em consideração foi o torcedor. Numa estranha competição pelo primeiro lugar em mesquinharia, as torcidas colecionam as migalhas e perdem o prato principal: o clássico no Mineirão, meio a meio, com instrumentos e bandeiras liberadas, que é rifado pelos dois lados.

Que fique claro, a tentativa do Cruzeiro de vetar as bandeiras e instrumentos da torcida rival foi um oportunismo bobo, pequeno.

No entanto, foi a forma Dana White de reagir a um problema real: qualquer clássico chinfrim ultrapassa a capacidade do Independência, que teoricamente não oferece condições de segurança para as duas torcidas dividirem igualmente as arquibancadas. Para completar, o Atlético reserva à torcida do Cruzeiro o setor em que bandeiras e instrumentos são proibidos – mesquinharia esta que “inspirou” nossos dirigentes.

Ou seja, quando manda os jogos no Independência, o Atlético automaticamente veta os instrumentos e bandeiras do Cruzeiro, bem como limita a torcida a menos de 10% do total de ingressos, também por motivos de laudos de segurança.

Com esse furdunço ridículo de “crianças e instrumentos não entram”, a diretoria celeste ofuscou o veto que é o câncer do clássico mineiro e infelizmente se fez necessário. Sem o compromisso do Atlético em mandar os clássicos no Mineirão, o Cruzeiro restringe os ingressos dos visitantes à cota legal para não ficar de otário.

Até que ponto as duas diretorias não se aproveitam da disputa de holofotes e tweets, enquanto os torcedores se iludem com a volta do clássico tradicional? Até que ponto o Atlético é obrigado a mandar os jogos no Independência e por que não há interesse em mandar uma final contra o Cruzeiro na Pampulha? E o Cruzeiro, com esse veto midiático de bandeiras, tem compromisso com o retorno do clássico dividido? Laudos do Independência, ninguém questiona?

Tarcísio Badaró

Tarcísio Badaró

Bem,  com 35.459 pagantes e uma renda de R$ 1.000.426,00 num jogo que não vale nada senão o circo montado para a final, diria que para ambas as diretorias tudo vai muito bem, obrigada.

Resta curtir a manutenção da invencibilidade no clássico e na temporada. Mineirão, tropeiro, vitória e ingresso a 10 reais, até que teve bom pra gente… Quanto às escolhas de mando de campo, podemos apenas supor.

Washington Alves

Washington Alves

NÚMEROS DO CLÁSSICO NO MINEIRÃO:

236 jogos, 86 vitórias do Cruzeiro, 75 vitórias do Atlético e 75 empates.

 

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