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21.04.2017

Postado por Raisa Rocha

Fechada com o Grêmio

Guaraní 1×1 Grêmio – Copa Libertadores da América 2017

Que difícil falar sobre esse jogo. Na verdade, o tema de hoje é outro e sobre a partida serei breve: o Grêmio jogou bem, principalmente no primeiro tempo e enquanto com os 11 jogadores em campo. A movimentação do time reserva foi muito boa, como já havia sido outras vezes no início do ano quando o titular era golpeado por lesões, tanto no Gauchão como na Primeira Liga. Venceríamos com os titulares assim como, muito provavelmente, venceremos na semana que vem na Arena, em repeteco contra o mesmo Guaraní.

Arthur merece menção, que baita jogador. Desde o ano passado, sempre que entrou mostrou qualidade e talento. Impressionante a fábrica de volantes do Grêmio! Com apenas 20 anos, fez jogo excelente mostrando muita visão, saída de jogo e maturidade pra jogar no meio. A informação que circula é a de que acertou todos os 40 passes que deu nos mais de 90 minutos em campo. Uma raridade, ainda mais por jogar em time sem tanto ritmo e entrosamento e também porque jogamos com um a menos por mais de meia hora. E não foram 40 toquinhos pro lado, a refinada assistência pro gol de Pedro Rocha é um exemplo. Até o final do ano terá seu momento de titularidade, sabemos das lesões e suspenções, logo menos fará parte dos 11.

Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Aliás, já tem muita gente HOJE tirando o Léo Moura pra entrar o Arthur ao lado do Maicon e o Ramiro de volta na ponta direita. Também prefiro o Ramiro mais perto da zona de definição e Arthur joga mais que Jaílson e Michel, mas isso não vai acontecer agora e acho que vocês já deveriam ter entendido como trabalham nossa comissão e direção. Hoje, em primeiro lugar vem a coerência com o que é melhor para o Grêmio, para o time. O Grêmio está vivendo em função de si mesmo e não do currículo de jogadores, de empresários, do que a mídia impõe ou daquilo que a torcida esbraveja. E é disso que eu quero falar.

Tudo o que importou ontem foi criticar a atitude de poupar jogadores. Eu sou favorável e como torcedora me sinto contemplada por essa valorização do estadual. Acabou, não tem mais essa história, o Grêmio TEM que ser o Campeão Gaúcho de 2017. Quando me dizem que “Gauchão não leva a nada” eu só me pergunto que mundo é este onde se pensa em conquistar a América, o mundo… sem mandar em casa!

Na semana, quando se debatia se seria timo misto, titular, reserva ou o que, as críticas foram pesadas. Era como se o Grêmio tivesse entregando o jogo, como se o fracasso na Libertadores fosse inevitável por conta disso. Era o fim do sonho do tri! Ouvi falar em petulância, arrogância, disseram que se estava esnobando o adversário… não, não e não!

Jorge Adorno/Reuters

Jorge Adorno/Reuters

Colegas comunicadores esportivos, vocês falam de futebol todos os dias, o dia todo, vivem futebol e já viram de tudo acontecer. Será que é mesmo tão difícil enxergar que em DOIS dias o Grêmio precisa reverter um resultado e que a Libertadores termina no final de NOVEMBRO e que se há alguma decisão nesta semana ela é domingo e não quinta?

Recém estamos na METADE de uma fase de grupos que todos, desde o começo, falaram aos quatro cantos que para o Grêmio seria ridiculamente fácil (e vem sendo). Entramos em campo com 100% de aproveitamento em dois jogos. Não entra na minha cabeça que os profissionais que acusaram com tanto afinco o GFBPA realmente acreditem no que falam. Me parece puro prazer em trabalhar com o sensacionalismo.

Agradeço aos céus pelo resultado. Me arrepio de imaginar o inferno que seria caso tivéssemos perdido – o que poderia ter acontecido não fosse a ruindade deles e o reflexo felino de Grohe. Nunca a face da terra teria tantos profetas que repetiriam sem cessar o seu “eu avisei!”.

Jorge Adorno/Reuters

Jorge Adorno/Reuters

Agora, acontecido o jogo, o choro não para e o pecado da vez é a ida dos titulares ao Paraguai. Deixa os caras passearem! Faz parte da estratégia e é preciso respeitar as escolhas de quem foi contratado para escolher e de quem foi votado pelos sócios para mandar. A metodologia atual é de longas concentrações e não revelação da escalação com antecedência. Daí, se torna lógica a necessidade de todo o grupo na viagem. Sem falar do quanto isso é importante no aspecto psicológico e relacional dos atletas do grupo. Além do mais, eles treinaram lá. Se tivessem ficado, quem poderia garantir que estariam se preparando de forma correta? Se tivessem ficado, seria mais tempo pra alguns falarem mais abobrinhas.

Faço ressalva pela escolha radical, já que entramos com 9 jogadores reservas. Se dependesse de mim, no mínimo teria mais um titular na zaga, na proteção ou Maicon ou Ramiro, mais o Everton no ataque. De uma vez por todas, Fernandinho não dá! Assim como o Lincoln, que não serve pra começar jogo. Renato colocou em campo só Grohe e Edílson e dos titulares, só Pedro Rocha no banco. E ele entrou, em menos de 15 minutos empatou o jogo e por muito pouco não virou num go-la-ço que parou na trave… Barrios cansou de perder gols e saiu com fortes cãibras.

Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Lucas Uebel/Grêmio FBPA

“Quem muito quer, nada tem” afirmou sabiamente o Portaluppi. A conta é muito simples: o Gauchão acaba daqui há DUAS semanas. É um título, uma taça no armário, é o fim da palhaçada, é cortar um ciclo que já dura SEIS anos. E eu acho que o tricolor vai atropelar o Noia. Se vocês não querem o Gauchão pelo Grêmio, acham que ele não está à altura de vossa grandeza, então pensemos pelo coração: queiram então ser campeão gaúcho pela rivalidade, pra piorar um pouquinho mais a situação deles. Pode ser?

 

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