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19.04.2017

Postado por Jéssica Mendes

O “curioso” caso de Rodrigo Caio

Curioso?! Começa por aí. Por que falar a verdade é curioso? Causa tanto espanto ver alguém ser honesto?

É uma questão complexa e quem sou eu para filosofar aqui sobre para onde vai esse mundão? Porém, penso que para chegar às respostas para as perguntas acima não é necessário ter lido um mundaréu de livros ou calcular alguma fórmula matemática muito cabeluda. Na real, não precisa de nada disso, basta uma coisinha: CARÁTER.

Fernando Dantas/Gazeta Press

Fernando Dantas/Gazeta Press

No último domingo, na “polêmica” envolvendo o zagueiro são-paulino, ficou claro para quem quisesse ver e ouvir que, dependendo da situação… dar um “migué” em rede nacional, prejudicar uma pessoa e levar vantagem é NORMAL. Afinal, o anormal, o curioso, é falar a verdade mesmo que isso lese você, o seu time ou a sua vontade.

Fernando Dantas/Gazeta Press

Fernando Dantas/Gazeta Press

Essa reação sem noção de se opor à atitude do Rodrigo se manifestou nas redes sociais e em coletivas de imprensa (pasmem!). Seu companheiro de zaga, que tem falado muito ultimamente, perdeu a digna oportunidade de permanecer calado em dada ocasião e materializou o espírito de espertinho que existe dentro dele – e não só dele – e que ouvimos e lemos todos os dias na convivência humana. Ele apenas representou em frente a câmeras e microfones um lado perverso da sociedade de querer levar vantagem em tudo, de que ser malandro é ser esperto e dane-se o resto.

O próprio clube, que por sinal é o meu time de coração, se escondeu diante do acontecido. A imprensa inteira metralhando elogios, a Federação parabenizando, os rivais “reconhecendo” e, BOA PARTE – não toda – da torcida apoiando a atitude não foram elementos suficientes para a empresa na qual trabalha – Rodrigo Caio é funcionário do São Paulo Futebol Clube – dedicar uma linha sequer do seu site ao acontecido. Nenhuma.

Incomoda esse apagão do clube. Como quem levou a vantagem não foi o São Paulo Futebol Clube, esse silêncio da instituição é aquele típico da mistura de vergonha e raiva por não ter “aproveitado a oportunidade”. Lamentável.

Djalma Vassão/Gazeta Press

Djalma Vassão/Gazeta Press

O técnico Rogério Ceni, m1to mor e dono da porra toda, reagiu com frieza diante do fato. Deveria ter defendido seu atleta com mais afinco.

Vários veículos de comunicação estão explorando o fair play como se fosse uma aberração da humanidade, um objeto de estudo sociológico raro, um fenômeno. O pior é que parece…

Não deixemos abalar, dias melhores virão.

 

 

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