22.05.2017
Postado por Raisa Rocha
Com Luan e Arthur distribuindo, encaixou o Grêmio
Atlético-PR 0x2 Grêmio – R02 Campeonato Brasileiro 2017
Ano passado, na quarta rodada o Grêmio era o líder. O que isto quer dizer, nesta segunda rodada de 2017? Que é preciso controlar a ilusão. Enquanto isso, nenhuma saudade daquele tricolor caseiro que não conseguia um mísero empate fora de casa. Obrigada Roger, obrigada Renato (e se você discorda, procure os resultados do Brasileiro 2015, quando começou a volta da mística…).
De volta ao presente, contra o Atlético-PR, o Grêmio teve tudo no primeiro tempo, exceto chances de gol. Tocou a bola com qualidade, os jogadores se encontrando em campo. Luan se sentindo muito bem à frente da linha de atacantes, Arthur distribuindo com alta classe, os laterais subindo bem, Ramiro presente em todas, Barrios voltando pra ajudar no toque de bola… mas não conseguimos dar o último passe, aquele vertical pra furar a barreira. O Atlético-PR também tentava o jogo, mas, assim como o tricolor gaúcho, sem causar falta de ar em ninguém.
Terminamos só com um chute a gol, de Pedro Rocha, que parece estar com seus dias contados no time titular enquanto Miller volta a correr no CT.
Veio o intervalo e eu só pensava que hoje temos que ganhar. Palmeiras havia perdido no sábado, Galo ia perdendo em casa do Fluminense e o Flamengo só somando 3 pontos. Grêmio, temos que ganhar!
E acho que os jogadores no vestiário deram uma olhadela na tabela e no Cartola. Brincadeira. Fato é que entramos pro segundo tempo na pilha. O ritmo foi o mesmo, tocando a bola, coletivo, e de Arthur veio o diferente logo no primeiro minuto. Com qualidade rara nesse futebolzão nacional, achou o espaço e deu a enfiada que faltava. Ramiro, sempre ele, na ponteira direita entrou livre e escorou pro meio. Barrios não dominou, ela espirrou pra entrada da área onde Luan bateu de prima, um golaço. Grêmio líder!
Menino Luan, que bucha, obrigada guri, era preciso que determinadas pessoas lembrassem de quem tu é. Finalmente parece que se encaixou na função de armador, num time onde é sempre ele quem precisa mudar de posição…
Sai Douglas, entra Miller, entra Barrios… e sempre quem tem que se deslocar É ELE. Sim, porque ele pode jogar em várias posições. Sim, porque Luan só senta no banco se estiver vestindo uma camisa europeia. E depois da eliminação no Gaúcho e tudo aquilo que sabemos bem, finalmente o camisa 7 está adaptado, dono do espaço, sendo o articulador que tanto queríamos. E garanto, muito do seu crescimento depende do Arthur, que se aproxima e divide a distribuição e as decisões quando a bola está quente, recém recuperada do adversário.
Pouparei demais elogios a Arthur, visto que toda a nação tricolor gasta todos a cada jogo, de forma mais do que justa. Maicon e Arthur podem jogar juntos? Veremos nos próximos capítulos…
E mais uma vez, Lucas Barrios às redes. A presença do centroavante abre um precedente pra que simplesmente JOGUEM a bola pra área porque ele VAI empurrar. E após cruzamento à meia altura de Ramiro, de letra, de prima, na marca do pênalti, aonde é rei, gol! Que é isso, Grêmio!
O que mudou do primeiro pro segundo tempo? Pouca coisa, objetividade é claro. Mas, algo sobressai e vem decidindo os jogos embaçados: a qualidade. Não, o Grêmio não tem o melhor e mais caro elenco das Américas, longe disso. Mas, quero um argumento que me contrarie: o Grêmio é o único time em processo de continuidade, o mais consistente, mais bem treinado, o melhor desse brasilzão do futebol. E quando bem fisicamente, com a maioria dos jogadores titulares em campo… serão poucos os times a botar força contra!
O “furacão” estava na roda em plena grama sintética da Arena da Baixada. Mas… alguém, alguém no Grêmio POR FAVOR tem que ter a capacidade de chamar o Grohe de canto e fazer ele, DE UMA VEZ POR TODAS, deixar de fazer tanta cera.
Porra, estava tudo bem, jogo controlado e aos 30 minutos o muralha precisou chamar os holofotes como sempre faz, sempre. É algo irritante. Faz tempo que eu falo, todos falam, menos alguém da comissão técnica. Grohe tem essa doença chamada frescura. Rola pra lá e pra cá, cai sozinho e chama o médico, leva anos pra cobrar um tiro de meta, enche o saco. E lá foi ele ser expulso. Marcelo, entenda, debaixo dos paus tu é espetacular. No 1 contra 1 com o atacante é quase imbatível. Tem reflexo raro, pega pênaltis. E pronto, goleiro serve pra isso, deixa de atrapalhar o teu Grêmio.
Ao que parece, pelo o que ficou da entrevista, Renato vai tomar alguma atitude. Estamos aqui, esperando por isso.
Cortez fez bom jogo e é incontestável que tem mais intimidade com a bola que Oliveira que, bem sabemos, passa maior segurança defensiva.
Ah, Kannemel e Geronemann sempre merecem citação! O argentino é muito louco e não sei se rio ou se choro de amores a cada vez que ele sai grunhindo, pisando forte a passos largos em direção ao adversário. Ou ainda, como descrever a sensação de cada vez que se atira na bola, de cabeça, de canela, da maneira que for necessária pra interceptar um lançamento, em qualquer altura? E Geromel, lindo com a braçadeira de capitão, SEMPRE na posição exata pro desarme ou pra espanada?
Pra fechar, o Atlético alçou muitas bolas na área e ganhamos todas. Com um a mais em campo tentaram pressão por um gol, mas Léo foi pra meta e mostrou frieza. Renato ainda botou Jaílson e Thyere em campo. Não tem sido fácil atacar o tricolor, compacto, sem dar espaços e com muita gana de vencer. No momento certo, o Grêmio chega enfim ao seu encaixe neste ano de 2017. E quinta é noite de ir pra Arena confirmar a vaga nas oitavas da Copa Libertadores da América.
Fotos de Guilherme Artigas/Ag. Lancepress!
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