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12.06.2017

Postado por Jéssica Mendes

1º Encontro Nacional de Mulheres da Arquibancada

Um dia para ficar na história do futebol brasileiro. Centenas de mulheres de TODAS as regiões do Brasil se uniram no Museu do Futebol, no Estádio do Pacaembu (SP), para realizar a primeira edição do Encontro Nacional de Mulheres da Arquibancada. No combate ao machismo e na luta pela igualdade de direitos nas arquibancadas, representantes de dezenas de torcidas de clubes do Brasil fizeram do dia 10 de junho de 2017 um momento ímpar acerca de respeito, empoderamento e sororidade.

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A expetativa era muito boa, flamenguistas de Brasília se deslocaram ao evento e marcaram presença “É importante ver o que as mulheres estão fazendo a cada dia no futebol, dizer não ao machismo e poder estar junto com eles. Homens e mulheres juntos fazendo o melhor pelo esporte”, afirmou Flávia da Raça Rubro Negra.

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Célia, Ana, Bárbara, Renata e Flávia – grávida da Raçaela, ou melhor Rafaela

Entre membros de torcidas organizadas e as que frequentam a arquibancada sem integrar os grupos, elas (nós) manifestaram sobre o púlpito suas experiências individuais e coletivas, seus anseios e propostas no sentido de contribuir para melhorar a situação da mulher no futebol, seja na primeira, segunda, terceira ou em qualquer divisão. Um festival de uniformes e sotaques foi palco para torcedoras de clubes rivais se sentarem lado a lado, passarem um dia agradável e provar que podemos ser instrumento de pacificação, luta e empatia. Uma lindeza!

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Muitas mulheres que compareceram ao evento dispuseram de grandes esforços. Gastaram dinheiro, deixaram filhos em casa, algumas venceram seus medos e andaram de avião pela primeira vez e, principalmente, superaram os olhares de desconfiança e desaprovação de familiares e amigos em relação a sua postura de torcedora, sobretudo, quanto a iniciativa de participar do evento. Todas que estavam lá deram voz também às que não puderam estar presentes. A pluralidade dos discursos, a troca de experiências, os ouvidos atentos, os aplausos e as risadas (foram muitas) deram o tom do evento.

Muitas revelações familiares e da infância, causos de quem chegou a ocupar cargo no conselho do seu clube, embates com homens dentro da sua própria torcida, sugestões a respeito das estruturas dos estádios, como a instalação da delegacia da mulher e da melhoria nos banheiros e relatos sobre o que se faz (ou não) dentro da organizada foram algumas das pautas que surgiam a cada fala. O futebol feminino e a mídia alternativa também foram lembrados.

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As organizadoras – Penélope Toledo, Naty Moreira e Felipe Anderson, Kiti Abreu, Dadá Ganam e Luan Sócrates

Uma das organizadoras do evento, Natália Moreira, que é integrante da Fúria Independente do Guarani de Campinas, explica que esse encontro é um pontapé inicial nessa luta e que não vai parar por aí “A gente vai trabalhar em um pós encontro, vão ter ações e propostas mobilizando todo mundo na conscientização contra o machismo. O primeiro passo é ter consciência e depois conseguir agir sobre ele”. Sobre a expectativa para uma possível próxima edição ela é categórica “Sim, para colher os frutos do primeiro, o terceiro para ver os frutos do segundo e assim vai. ”

Para encerrar o dia, uma celebração com sinalizadores na frente do estádio. Um show!

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A Bola que Pariu