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21.07.2017

Postado por Marina de Mattos Dantas

O problema nunca foi o Roger

Atlético 0x2 Bahia – R15 Campeonato Brasileiro 2017

Na ocasião do título Mineiro desse ano, eu comentava que a torcida do Galo precisaria ter paciência com a serenidade de Roger. Parte dela já não estava paciente um mês depois do título.

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Ontem, não há como dizer que o time atleticano não colocou pressão. Mesmo depois do gol de pênalti do Bahia, logo no início do jogo, havia vontade da parte atleticana em reverter o placar, assim como aconteceu em Goiás, no domingo. O zagueiro Gabriel quase acertou o gol duas vezes, uma delas do meio de campo. O gol que poderia ter “salvado” Roger e esse time moribundo. Cazares também tentou os dele, de fora da área ou fazendo fila, driblando todo mundo. Finalizou quase o dobro de vezes que o time adversário, mas faltou pontaria. E é isso, o Galo anda sobrevivendo de lampejos de habilidade com a bola que não encontram reciprocidade nas parcerias dentro de campo.

O Galo precisa discutir sua relação com o gol. Só estamos ganhando de times com goleiros indispostos. O ataque anda pouco entrosado e carecendo também de criatividade para tirar o goleiro do lance.

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Falta química nessa equipe e deve ter faltado também entre o time e o Roger. Quarta-feira, mais uma vez, vimos no Horto um time inoperante. Eu não gosto da ideia de que todo torcedor tem que enxergar o time como se fosse um professor de Educação Física. Aliás, isso me incomoda bastante, às vezes. Não acho que para conquistar títulos todo o time precisa ser um Barcelona e nem que esse seja o único jeito certo de se jogar futebol, enfim. Mas também penso que não é demonstrando a indignação de consumidor insatisfeito que a torcida está fazendo o seu papel.

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O segundo gol do Bahia, aos 42 minutos do segundo tempo, e as vaias da torcida ao final só coroaram um longo processo de desconfiança com o técnico e no qual o time jogou no seu limite, com o departamento médico cheio e com contratações que ainda não mostraram a que vieram. Os jogos mudam bastante conforme a disposição e motivação de Fred e Robinho, e também da disposição desses para desempenhar funções pouco convencionais para a experiência de ambos, questões essas com as quais é difícil de lidar.

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Roger passou por uma “gestação” difícil no Galo e com uma torcida que cobrou que ele fosse o Cuca da Libertadores de 2013. Sendo que o próprio Cuca de 2013 encontrou apoio da diretoria para bancar contratações polêmicas (como a de Ronaldinho) e para continuar seu trabalho depois daquele fatídico 6×1. Roger encontrou um time que já tinha dificuldades defensivas e, junto à saída dele, a possibilidade de um novo “desmanche” no time anuncia que, talvez, a insatisfação não esteja apenas no técnico e que a diretoria atleticana cedeu às demandas de “meninos birrentos” dos torcedores. O Roger tem as suas limitações, mas o problema do Atlético está longe de ser o Roger.

 

Fotos de Bruno Cantini

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