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18.09.2017

Postado por Raisa Rocha

Embolou o meio de campo

Grêmio 0x1 Chapecoense – R24 Campeonato Brasileiro 2017

O jogo contra a Chape foi duro de assistir. Ruim, preguiçoso. Entre time misto, alternativo ou de juniores, muda pouca coisa. Ninguém mais no Grêmio parece se importar com o Brasileiro. Desde a queda na Copa do Brasil, não vejo mais o tesão em jogar essas partidas, mesmo com aquele 5×0 no Sport…

A campanha de returno do tricolor é péssima nos números. Em campo, basicamente o time mantém a posse do jogo, sem saber como tornar essa bola fatal. Os gols não saem mais no plural com tanta frequência.

Luan não é o melhor jogador do mundo. Nós o vemos como tal, mas no fundo do poço das paixões, sabemos que não. Entretanto, o Grêmio sem Luan perde o brilho e vira um time comum no meio da multidão. E como tem feito falta a presença de Luan no centro do campo de jogo do Grêmio!

Arthur é um baita jogador, tem bola pra se tornar um dos melhores do mundo na sua posição. Nós sabemos disso e aproveitamos cada segundo dele com as três cores – momento que não será eterno e pode ser que acabe em breve. Mas Arthur não é dois. O guri de Goiânia, recém convocado pra Seleção Brasileira, tem tentado suprir a ausência de Luan girando ainda mais, estando em ainda mais lugares ao mesmo tempo, chamando a bola ainda mais, cadenciando e martelando todas as jogadas do Grêmio, ainda mais. Tem tentado armar, com bolas enfiadas e lançamentos. Mas não basta.

gremio x chape - lucas uebel2

Faz tempo que falo da urgência em se ter alternativas de jogo e de jogadores à Luan. Se antes parecia menos pior, agora não mais – tínhamos la Gata (inútil), Lincoln (nunca será) e Miller (vai tarde). Hoje, não há uma criatura capaz de resolver esse buraco que se instaurou no meio (Douglas só deve voltar ano que vem). O jogo tem estado todo nos extremos do campo e não há cristo que faça a bola rodar mais perto da área. Patrick é o único apto no elenco e sabemos (ou deveríamos saber) que é preciso muita calma nessa hora com os guris.

A Chape jogou baixo, violento e naquele esquema do “por uma bola”. No fim do primeiro tempo o tricolor dormiu em lances estranhos e quase gol deles, duas vezes com Wellington Paulista. Se imaginava que Renato daria um pito na gurizada no intervalo, mas não era nem um minuto do segundo tempo e saiu um golinho deles. Meio cagado, numa bola mascada de fora da área, desviada por Thyere e no canto do Grohe…

Aos 5′ de jogo, Renato chamou Patrick e Arroyo (Ramiro e Everton) de uma vez só. O segundo tempo inteiro foi de cera e porrada da Chape. Que timezinho irritante! E o juizão? Se deixou levar.

Jael começou a partida e tentou o que pôde, se movimentou, mas não recebeu nenhuma grande bola. Não há muito o que dizer ainda, mas, me pareceu mais confiante e orientado que o Beto da Silva vem demonstrando. Saiu aos 25′ pra entrar Barrios.

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Michel esteve mal das pernas. Das duas. Por alguma razão, o canhoto inventou de bater com a direita o jogo todo. Até em lançamento se aventurou. Menos firula, né Michel? Precisamos é da tua contenção e precisão nos passes.

Léo Moura segue a péssima sequência pós lesão. Errou todas as tentativas de cruzamentos e vai em má sintonia com o Ramiro (e também com o Edílson).

Patrick entrou pra jogar no meio (finalmente), com o espírito da juventude e tentando participar do jogo. Ele melhorou levemente o Grêmio, mas a saída do Ramiro embananou o time. O Pequeno Gigante não jogou bem, mas a falta dele na engrenagem tática desequilibrou o tricolor. Até os jogadores se reencontrarem em campo foram muitos erros de saída, dando campo pra chegadas perigosas do adversário.

Fernandinho, “o melhor ruim do mundo”, se destacou. É ele quem tenta criar, apanha, faz lance feio, cambaleia, acerta alguns dribles de efeito, chama o jogo, avança aos trancos… aquela coisa de sempre.

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A sequência é ruim, em 10 jogos foram 4 vitórias, 2 empates e 4 derrotas (sem contar a Primeira Liga), mas a classificação pra semifinal da Libertadores pode abrir outra era. Estamos no momento mais importante da temporada e o gremista precisa confiar, a torcida precisa estar unida com o time. Neste domingo de causar tristeza vimos um Grêmio péssimo e acabou de vez a ilusão do Brasileiro. O Corinthians ganhou com gol de mão, não interessa, são agora 10 pontos de distância.

Em maio, após sair do Gauchão, Renato teve tempo e montou o Grêmio com Luan e Arthur no meio. Chegamos ao ápice do que disseram ser “o melhor futebol do Brasil”. A qualidade e o estilo de cada um deles, Arthur e Luan, se misturaram ao que é a identidade do Grêmio: de trabalhar a bola, dar ritmo ao jogo, chamar as linhas adversárias, girar o time e fazer o jogo andar. É urgente que recuperemos a dinâmica do meio, é urgente que Luan volte para quarta-feira. Do contrário… bom, não preciso falar.

gremio x chape - lucas uebel

E dá pra ganhar do Botafogo, dá pra ganhar muito. Venceremos! Hasta pronto.

 

Fotos de Lucas Uebel/Grêmio

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