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02.10.2017

Postado por Mariana Moretti

Da lama ao caos

São Paulo 1 x 0 Sport – R26 Campeonato Brasileiro 2017

E então nossas preces foram atendidas! Saímos da zona da degola, da zona da quase degola, lotamos novamente o Morumbi e tudo está nos conformes, finalmente! Esse bem que podia ser o resumo do jogo contra o Sport, uma síntese da recuperação do sentimento são paulino, uma volta às noites de domingo bem dormidas, mas essa vitória magra não convenceu, não senhor. Saímos sim da incômoda zona do rebaixamento, mas um alerta! Entramos em uma nova zona quase que “espiritual”, tão perigosa quanto a que estávamos antes: a zona da acomodação.

Em um jogo morno, o São Paulo pareceu incendiar o Morumbi com o gol de Marcos Guilherme aos 35’, mas era fogo de palha. O futebol bonito apresentado diante do Corinthians tinha prazo de validade e expirou logo no primeiro tempo daquela partida. Ficamos órfãos do futebol arte, mais uma vez. Contra o Sport, nessa 26ª rodada, o Tricolor Paulista sofreu para manter o resultado pífio e avançar posições na engessada tabela do Brasileiro. Somos o 14º colocado, entre mortos e feridos.

pratto

Lucas Pratto é o atacante que eu gostaria de apostar todas minhas fichas. Não duvido de seu potencial, mas queria vê-lo atuando mais intensamente, não como coadjuvante, mas como protagonista de um clube campeão. Em jogada inspirada aos 36’ do segundo tempo, seu cruzamento na área foi para o garoto Shaylon, substituto de Cueva, que chutou ao gol para defesa de Magrão. Foi um dos poucos momentos empolgantes da partida.

sidao

Sidão foi o nome do jogo. Extremamente questionado durante suas atuações no campeonato, saiu ovacionado pela torcida, que gritava seu nome em uma situação inédita. Conseguiu evitar o já tradicional empate da equipe adversária nos últimos suspiros. Novamente, esse ano não tem jogo fácil e quando chegam os últimos minutos do segundo tempo (nesse caso o juiz quis nos testar até os 50’) a torcida prende a respiração, evita movimentos bruscos, e entende a nomenclatura atual de “Clube da Fé”.  O coração sossega quando vejo Diego Lugano entrando no campo e cumprimentando o elenco. Nesse exato momento tenho certeza que posso respirar novamente e que não vai haver um empate.

Pois bem, saímos do sufoco e podemos ter o famoso “respiro” por mais tempo. Tempo esse que tem que ser bem aproveitado para repensar as falhas que temos apresentado (e insistido) a cada partida. Não é hora para falso otimismo, nem para sofrer um lapso de memória a respeito do fantasma que tem nos acompanhado há muito. Não é preciso ser rebaixado para refletir sobre mudanças e botá-las em prática, mas é necessário sabedoria para aprender com os erros. Saímos da lama e é hora de arrumar a casa. Que possamos aproveitar o caos e aprender a criar a partir dele, afinal, “posso sair daqui para me organizar”.

Fotos: Reprodução Globo Esporte

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