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14.11.2017

Postado por Ana Clara Costa Amaral

Férias com show de Thiago Neves

Cruzeiro 3 x 1 Fluminense – R34 Campeonato Brasileiro 2017

Nas ruas no entorno, no grande deserto da esplanada do Mineirão e entre as barracas de churrasquinho e tropeiro, a serenidade define o fim de ano do Gigante da Pampulha. Com a vida resolvida dois meses antes do fim da temporada, o Cruzeiro destroça toda tentativa de novela que artificialmente ameaça pairar sobre a Toca da Raposa.

thiago  neves soberano

O clube foi mesmo anticlímax em sua essência, em todo o ano, principalmente para a imprensa, que não emplacou nenhuma das novelas pretendidas. O time não entrou em parafuso pelas eliminações precoces, Mano Menezes e Fábio renovaram seus contratos com meses de antecedência e Diogo Barbosa haverá de fazer o mesmo. O ano não chegou ao fim e o prazo está… absolutamente normal. Rafael Marques se lesionou, não joga mais esse ano e a blogueira não tem nada a ver com isso. Chato, né?

Assim sabendo, os aproximadamente 8. 644 torcedores celestes presentes foram acompanhar a antepenúltima partida em casa, esperando nada menos que uma arrancada final, em um campeonato sem arrancadas finais. Isso é camisa!

O desejo da China Azul foi parcialmente atendido. Assim como contra o Flamengo, o time entrou relaxado, mas, dessa vez, o rendimento individual retornou aos níveis que estamos acostumados.

rafinha

Para fazer ainda mais a alegria da tarde dominguesca, o Fluminense também não marcava muito. Havia espaço e tempo para domínio de bola como só se vê em vídeos em preto e branco. Mas o clima lúdico foi abruptamente interrompido pelo gol de Pedro, aos 7 minutos, após enfiada de bola acidental de Gustavo Scarpa.

Poucos minutos depois o Cruzeiro já buscava o empate, em tabelinha de Lucas Romero e Thiago Neves. O volante recebeu e chutou da meia lua, contando com desvio para encobrir Cavalieri.

Pode-se dizer que ambos os times seguiram priorizando o ataque, apesar dos poucos chutes a gol. Em um tempo paralelo, foi até gostoso de se ver, o Fluminense levava perigo nos contra-ataques e o Cruzeiro tentava penetrações com Lucas Silva, Thiago Neves e Robinho.

O segundo tempo começou mais acelerado e, logo no primeiro minuto, TN30 perdeu um gol feito. Tudo equilibrado, até que Marlon cortou com a mão o passe açucarado para Robinho, matando o contra-ataque cruzeirense. O árbitro quase deixou de dar o cartão amarelo, que seria o segundo, mas foi acudido pelo árbitro de fundo. Abel Braga já esboçava a substituição do jogador, que ficava evidentemente no crédito, quando André Luiz de Freitas Castro confirmou a expulsão.

expulsão de marlon

Ato contínuo, na cobrança da falta, mais uma assistência de TN30. Ele cruzou para Diogo Barbosa, que passou despercebido por detrás de toda a zaga para empurrar para o gol na segunda trave.

Então tivemos 10 minutos de jogo parado com reclamações dos “lances polêmicos”. O Fluminense se desestabilizou emocionalmente depois da expulsão retardatária de Marlon e buscava, a todo custo, responsabilizar o árbitro pela eventual derrota enquanto a torcida esperava ansiosa pelo reinício do jogo. Não é todo dia que tem cheirinho de goleada.

As “polêmicas” forjadas me fazem pensar se o Campeonato Brasileiro tem cultura de vídeo porque, se cederem às pressões, os árbitros terão dificuldade em encerrar as partidas. No calor do momento temíamos por mais alguma reviravolta da arbitragem, dessa vez anulando o gol. Mas no conforto de casa e dos vídeos, vemos que os lances foram ridículos, claros e o árbitro, muito bem posicionado, poderia ter solucionado tudo rapidamente e sem auxílio.

O Fluminense nunca mais foi o mesmo e o Cruzeiro passou a ter a possa de bola, amassava o time visitante em busca do terceiro gol. Perdemos o gol mais feito da partida com Rafael Sóbis que, cara a cara com o goleiro, demorou para definir. Minutos depois o camisa 7 saiu para a entrada de Jonata.

jonata

O menino entrou bem, buscou dribles e participou do terceiro gol. Em tabelinha esperta pela esquerda, Diogo Barbosa, Jonata, Robinho e, enfim, Thiago Neves, de primeira para o gol, encerrando mais uma participação decisiva na temporada.

Quase rolou a terceira assistência de Thiago Neves, mas Cavalieri impediu o gol de cabeça de Robinho. Rafinha seguiu no nível surpreendente deste fim de campeonato, o melhor em campo não fosse o show de Thiago Neves. Alisson e Messidoro entraram e alimentaram a esperança do quarto gol, que se arrastou até o fim da partida, aos 51’. Não virou goleada o jogo que não teve polêmica.

Do banco de reservas, Judivan espiou tudo. O menino era titular da Seleção Brasileira sub-20 no Mundial de 2015, quando se machucou, e é o tipo de atacante que precisamos. Todo sucesso ao menino guerreiro e bom de bola – que não, não entrou para um retorno épico e os aplausos da torcida. Quando assustarem, será o nosso artilheiro.

 

Fotos de Washington Alves / Light Press/ Cruzeiro

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