VOLTAR

,

26.01.2018

Postado por Ana Clara Costa Amaral

Espetáculos

Cruzeiro 4 x 0 Uberlândia – R03 Campeonato Mineiro 2018

Em mais uma noite de bom público no Mineirão, o Cruzeiro dispensou as condescendências de pré-temporada e já joga melhor do que na reta final do Brasileirão do ano passado.

Um colírio em um dia marcante para a história do nosso povo, marcado pela última – ou penúltima, ou antepenúltima – pá de cal no sonho de boa parte da geração engajada na redemocratização do Brasil. O espetáculo da noite não foi protagonizado pelos tecnocratas do Judiciário, mas no futebol como na política há um esforço sem “vergonha” pela transformação dos torcedores e cidadãos em meros espectadores.

Mas bem, voltemos ao jogo, que não teve fórmula mágica: ingresso a 10 conto e alegria e ousadia. A expectativa era por uma vitória, a estreia de Edilson e sem maiores sobressaltos já estaríamos satisfeitos. Mas, mais uma vez, saiu muito melhor do que a encomenda.

Ramon Lisboa/EM /DA Press

Ramon Lisboa/EM/DA Press

Dos 20 aos 90 minutos o time foi agudo e intenso, abusando das tabelas rápidas e penetrações sempre em plena meiúca. Coisa de quem não está totalmente ajustado, privilégio de quem tem muita intimidade com a bola.

Com Fred de respeitável cone (eu admito, gente, o cara dá outra qualidade no passe e leva sempre três defensores com ele), TN30 e Arrascaeta no ataque, Robinho de armador, Henrique chegando ao ataque, Egídio e Edilson subindo simultaneamente… só Manoel, Murilo e Cabral guardando posição, é bom demais pra ser verdade! Só mesmo no Estadual e motivo pelo qual recomendo: quem não viu veja! Mano quase enfartava, mas o bichinho é criação dele.

O discurso de dosar o desgaste e ir com calma foi pras cucuias, principalmente Edilson, que chegou a dizer que era impossível completar a partida, mas se lançou freneticamente por 90 minutos. Se continuar assim, é titular com uma perna quebrada.

Washington Alves/ Light Press/ Cruzeiro

Washington Alves/ Light Press/ Cruzeiro

O primeiro gol foi contra, em jogada toda cavada por Robinho, mas poderia ter vindo de várias formas, de voleio com Arrascaeta, no chute na trave de Fred, de rebote… O segundo, ainda no primeiro tempo, veio em linda cobrança de falta de TN30.

Na segunda etapa, Rafinha no lugar de Arrascaeta mudou todo o jogo, até então incrivelmente centralizado. Pena não ter seguido com a camisa 70 do ano passado, já estava virando tendência a setentinha insuspeita incendiando os jogos. Numeração mudada, mais do mesmo: 20 minutos de jogo, dois gols espertos e o melhor em campo novamente. Assistências de Thiago Neves e Rafael Sóbis, de letra.

Washington Alves/ Light Press/ Cruzeiro

Washington Alves/ Light Press/ Cruzeiro

Sim, o jogo foi uma loucura e nos raros momentos em que não tínhamos a bola levamos contra-ataques absurdos, salvos pela simplicidade do adversário, mas no ataque, que foi o único que aconteceu, não resta dúvidas: o ano mal começou e os recém-contratados Egídio, Fred e Edilson estão azeitando ainda mais a máquina celeste.

E sobre papaguear o discurso alheio sem nem saber por onde passa o bonde… Estadual é ruim pra quem? Ingresso barato, time pra frente e bola na rede. Gostamos!

 

Colaboração do Coletivo Maria Tostão

Ler mais da Ana Clara Costa Amaral

Ler mais do Cruzeiro

Ler mais do Campeonato Mineiro

A Bola que Pariu