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10.01.2018

Postado por Raisa Rocha

Feliz Grêmio novo!

Salve, salve, tricolores! Entre uma fofoca do mercado da bola, um gole de cerveja e um cochilo, é hora de voltar a sintonizar a máquina mental no futebol e nas expectativas por esse 2018 que já chegou. E não será leve!

No campo político-social, eleição presidencial que se aproxima (espero que ocorra!) e da qual podemos prever quase nada em meio a mais e mais golpes, desmanches e perdas de direitos duramente conquistados em nossa jovem e boicotada democracia… No campo de jogo, negociações milionárias em cifras mais fortes que o Real e uma Copa do Mundo que, quando piscarmos, já estará ocorrendo nas frias e luxuosas Arenas FIFA da Rússia. Por aqui, na terra (de ninguém) Brasilis, o troca-troca habitual de camisetas por atletas, muito vai e volta, chapéus e demais jogadas de pouca lisura entre cartolas, notícias carentes de verdade num noticiário que nada me interessa e causa fadiga. Não posso deixar de citar o caso de Robinho, especulado no Grêmio e em outros clubes mais, sentenciado a 9 anos de prisão na Itália por estupro coletivo e as dores suscitadas pela aceitação e naturalização de sua circulação sem ressalvas por boa parte de torcedores e dirigentes de futebol para um cidadão com tal marca em seu CPF. Complicado… para as mulheres, um soco no estômago… mas isso é papo para outro momento e não deixaremos de nos manifestar. Por hora, me detenho a falar do que podemos esperar do nosso Grêmio.

Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Para dar as boas vindas ao estilo TRIcampeão da América, iniciei retrospectiva assistindo à estreia do ano passado, contra o Zamora, na Venezuela, quando vencemos por 0x2. Àquela época, um misto de sentimentos nos acompanhava – a euforia pela conquista da Copa do Brasil e pelo retorno do nosso Grêmio Imortal, Copeiro e Peleador na roupagem de Rei de Copas, paralelo às dúvidas frente às inúmeras lesões e desfalques na equipe (Douglas, Maicon, Edílson e Geromel). Era recém o oitavo jogo da temporada e o time ainda não tinha encaixado. No jogo anterior, boa apresentação num empate na Arena no único GREnal do ano (2×2, gols de Miller e Fernandinho). Bolaños era o artilheiro da equipe até aquele momento e Luan ainda não havia balançado as redes, sempre recebendo pesadas críticas de torcida e imprensa. Arthur nem existia e Barrios chegava para acalmar as (sempre) críticas ansiosas da torcida por contratações.

E o que isso interessa?

Interessam as semelhanças. A começar, esta é mais uma temporada que chega com título para defender. Também se repete o “atraso” nas contratações, pauta para crise midiática e dor de cabeça desnecessária para alguns torcedores que se deixam esquecer com facilidade dos acertos da nossa direção. Para completar, as mudanças no time principal. No ano passado, por negociação somente Wallace e as outras causadas por inúmeras lesões. Neste ano uma leve diferença, inevitáveis negociações obrigam a mudança de fotografia do time que entrou na história como aquele que CONQUISTOU A AMÉRICA INTEIRA (e por muito pouco não acabou com o planeta…). E neste momento de reformulações, quero afirmar que não estou nem um pouco preocupada.

Aliás, estou é gostando de tudo isso!

Fernandinho, não sejamos hipócritas, foram mais de 3 anos sem nunca se firmar, dois empréstimos e mesmo no ano passado, jamais chegou a ser substituto à altura para Pedro Rocha. Para isto, reservo boas expectativas sobre Alisson, de grande entrega tática e bons atributos, com a definição das jogadas para Renato lapidar. Além de Everton, que viverá a temporada derradeira para deslanchar, ao que me parece.

Barrios, já citei em outras oportunidades, é do tipo que veste uma camiseta por temporada e por mais goleador que seja, Romildo está certo em manter os padrões salariais que estabeleceu lá em 2014.

O mesmo para Cícero, que apesar do gol primordial e salvador na primeira final contra o Lanús, na Arena, era ele quem deveria agradecer ao Grêmio pela oportunidade e ceder para ficar. Como fez Jael, que deve permanecer.

Sobre Cristian, nenhum comentário.

Thyere vai para a Chapecoense. Por gratidão ou convicção a escolha da comissão foi por Bressan. Que assim seja e que Paulo Miranda consiga se redimir do mico de sua apresentação, quando teve a audácia de confundir a melhor zaga da América Latina com o lado menor, mais fraco e vermelho do Rio Grande…

Arroyo já vai tarde e nem deveria ter chegado.

A saída de Edílson chateia, principalmente pela qualidade de sua bola parada e pelo espírito de torcedor que levava à campo. Mas, dadas às circunstâncias – tentando tirar o seu da reta quando, convenhamos, é evidente que desde o início já estava decidido a ir para o Cruzeiro – nos faz lembrar que é proibido acreditar em beijo na camisa de jogador de futebol. Exceto para Marcelo Grohe!

Arthur é perda inevitável, cedo ou tarde. Em compensação, faz tempo e muito tempo que o Grêmio revela quase que anualmente grandes volantes e é bastante possível que neste ano não seja diferente (Bobsin pinta como o bola da vez). Ainda, a esperança de que Maicon finalmente volte a fardar; Jaílson, que terminou a temporada em alta e Michel, que quando bem fisicamente já provou sua qualidade.

Luan por enquanto continua e o clube já vem se precavendo de sua provável saída futura. Primeiro com Thaciano, que auto-proclamou estilo de jogo semelhante ao do guri imortalizado com a camisa 7; depois Thonny Anderson, meia-atacante finalizador que também veio do Cruzeiro e carrega o status de promessa. Isso sem falar em Douglas… que horas ele volta?

É possível que assim que este texto entre no ar sejam anunciados novo lateral direito e/ou novo atacante fazedor de gols. Não me desespero por essa espera, tenho plena convicção no que faz nossa diretoria e aconselho que façam o mesmo. Inclusive no que diz respeito aos cartolas que irão substituir Odorico Roman e Saul Berdichevski no Departamento de Futebol. Eles vão, o Grêmio permanece, sempre!

Reprodução

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Certamente surgirão da base novos nomes dos quais muito iremos falar. Desde 2017 esperamos por mais de Patrick e Jean Pyerre, que terão tempo e oportunidades para vingar (ou não…).

Por fim, o que mais me empolga (mesmo!) é a manutenção de Renato – isso sem falar nas permanências es-sen-ci-ais de Grohe, Geromel e Kannemann (e também Ramiro). A espinha dorsal está mantida – mais uma vez – e no comando de todos eles o Portaluppi, a maior figura da história do Grêmio, o homem-gol, o treinador que nos devolveu as glórias e que terá de recomeçar, reencontrar um estilo de jogo, remontar o quebra-cabeças dos 11 do Grêmio em campo. Pela biografia do homem sabemos que desafio é uma coisa que não o amedronta, pelo contrário. Alguém duvida?!

Um grande 2018 nos aguarda. Aproveitemos enquanto ainda temos tempo para descansar. O grupo de transição iniciará uma temporada que logo já pode contabilizar novo troféu, em 14 e 21 de fevereiro tem batalha pela Recopa Sul-Americana 2018 contra o Independiente e com decisão em Porto Alegre, na Arena do Grêmio.

Gauchão, Recopa, Copa Libertadores da América, Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro… Longos e emocionantes meses e confrontos nos aguardam. Descansemos enquanto é tempo, logo menos o bicho vai pegar. Não há qualquer motivo para desconfianças, tricolores. Não se permitam esquecer: Grêmio, Grêmio, nós somos campeões da América!

 

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