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31.03.2018

Postado por Jaqueliny Botelho

Limpeza ou sujeira para debaixo do tapete?

Depois de mais uma eliminação, dessa vez no Carioca, a diretoria decidiu modificar o departamento de futebol.

A derrota para o Botafogo na semifinal do Campeonato Carioca provocou um reboliço no Flamengo. O provável responsável pelas mudanças, Ricardo Lomba, se mostrou bem irritado com o resultado. Após a partida, o vice de futebol pediu desculpas à torcida e classificou o jogo como vergonhoso, reação atípica à que a diretoria costuma apresentar. Mesmo após fracassos, o discurso sempre foi recheado de passividade e negação de falhas no departamento de futebol.

Reprodução

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A lista de demissão é extensa. Paulo César Carpegiani, Rodrigo Carpegiani, Mozer, Jayme de Almeida, Marcelo Martorelli e Rodrigo Caetano. Uma característica marcante na gestão do Bandeira é a arrogância em admitir falhas. A reação do Ricardo Lomba foi totalmente inesperada. O Clube acumula recentes fracassos, foram dois Brasileiros, uma eliminação precoce na Libertadores e dois vice-campeonatos. Mas o estopim viria logo em um Campeonato Carioca?

É de se desconfiar a demissão em massa em ano de eleição. Que o departamento de futebol precisava de uma reformulação, isso era nítido, está falho. E um recente exemplo foi a chegada do Paulo César Carpegiani que, inicialmente, foi contratado para ser coordenador, mas com a saída do Rueda assumiu o cargo de técnico e já na primeira entrevista não demonstrou convicção no cargo que estava assumindo.

“Hoje sou o treinador do Flamengo. Existe um projeto. Sentamos e conversamos. Hoje sou o treinador, mas não está afastada a possibilidade de se encontrarmos uma pessoa e tivermos um consenso, entrar no meu lugar depois amanhã ou depois”

Ou seja, o planejamento era provisório, se é que existia algum planejamento. A contratação de um técnico dessa maneira foi tão errada quanto as contratações de jogadores de forma tardia, os gastos milionários que não surtiram resultados em campo e a manutenção duradoura de peças que não encaixaram. Tudo isso, naturalmente, geraria um questionamento de que algo não estava certo. Mas, aparentemente, eles precisavam de um tempo maior para tomar decisões ou são ingênuos e não estavam assimilando o que estava acontecendo em campo.

O que fica claro nessa atual diretoria é que eles permanecem na arrogância até o último momento. E quando digo eles é porque todos os membros dos conselhos são compostos por homens. Precisava enfatizar isso.

O que prevalece para eles é repetir, incansavelmente, que essa gestão tirou o Flamengo da lama. Afinal, as contas estão pagas e o salário está em dia. Pouco importa o torcedor fora dos estádios e a ausência de títulos de expressão. Se importasse, essa reformulação não seria anunciada aos 45 do segundo tempo. A impressão que fica é que mais vale um sucessor no poder do que um Flamengo vencedor.

Foto de Extra/Custódio Coimbra

Foto de Extra/Custódio Coimbra

No início da noite de sexta (30) o Extra revelou que o presidente Bandeira tirou Ricardo Lomba de decisões que envolvem a escolha de um novo técnico e um novo diretor. Lembrando que o vice de futebol é o Ricardo Lomba. Utilizar do abuso de autoridade para conduzir o clube só demonstra a face autoritária e arrogante do Presidente.

Em resumo, aparentemente, o clube está em conflito político entre os dirigentes. No meio dessa confusão está um time recém eliminado de um campeonato que o clube tinha por obrigação conquistar e com um jogo decisivo da Libertadores cada vez mais próximo. E, para completar o desastre, sem técnico.

Ricardo Lomba faz parte do grupo Sócios pelo Fla (SóFla), grupo esse que apoiou a candidatura de Eduardo Bandeira de Mello. Sendo ou não uma briga interna é preciso que torcedores cobrem com veemência uma postura da diretoria para que não prejudique ainda mais o Clube.

Saudações rubro-negras!

 

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