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22.04.2018

Postado por Roberta Pereira da Silva

É que narciso acha feio o que não é espelho

 Bahia 1 x 0 Santos – R02 Campeonato Brasileiro 2018

 “À vera”, não quero absolutamente sofrer – é poético, é lírico e demonstra certo valor, mas não quero. A vitória do meu time me acalanta, me faz ver cores mais nítidas, principalmente quando o adversário (indireto) tem ganhado todas! Seja por vias comuns, seja por vias externas. Como é gostoso passar o final de semana lembrando daquele gol de letra, do drible esfuziante. Sentar no sofá no domingo à noite, contrariando o Rappa, e entre um canal e outro vibrar com o gol do seu jogador preferido.

Raul Spinassé/Agência A Tarde/Estadão Conteúdo

Raul Spinassé/Agência A Tarde/Estadão Conteúdo

Desejo esta sensação. Preciso de ópio, preciso sorrir. Agora, a equipe do Santos parece não confluir com os meus sentimentos. Ontem em Salvador, contra a equipe do Bahia, parece que o calor, a força ancestral, o acarajé, as mulheres e homens estonteantes e som do batuque de nada serviram para dar fogo ao plantel. No primeiro tempo, os peixes não conseguiam nadar até o meio de campo: erravam, inclusive, laterais. O Bahia envolvia o time e apertava na marcação. Sasha fez uma péssima partida, Rodrygo não estava no seus melhores dias e há de convir que não se deve pôr tanta pressão nas costas do moleque. E o primeiro tempo encerrou-se 0x0.

Fotoarena/Folhapress

Fotoarena/Folhapress

Para o segundo tempo, tínhamos a esperança que o gol sairia dos pés de Bruno Henrique: recuperado da lesão do olho, estava no banco esperando o comando do professor. Houve uma melhora e o Santos atacou mais, inclusive perdemos dois gols feitos que nos rendeu a derrota. Sim, perdemos por 1×0 nos minutos finais, não preciso fazer mistério. B.H. entrou com sua disposição de sempre, correu, atacou e deixou Gabigol na cara do gol pelo menos duas vezes. Dodô foi amarelado num lance duvidoso, e o juiz da partida, completamente perdido, apitou uma falta a cada 2 minutos.

Felipe Oliveira/Bahia

Felipe Oliveira/Bahia

Minhas caras leitoras e leitores, escrevo publicamente há pouco tempo, a não ser os escritos acadêmicos oficiais. Como setorista palpiteira, no mês passado completei um ano de Bola que Pariu, e confesso o quanto é trabalhoso e difícil manter algumas argumentações. Em 19/02 do corrente ano, escrevi sobre a chegada do menino da Vila, Gabigol, três jogos, três gols, a alegria voltava a pairar na Vila. E não é que o menino caiu de rendimento? Seus pés não acertam a bola, os erros de passes são constantes, além do temperamento adolescente que não mede consequências. Os gols se transformaram em cartões vermelhos. Os cabelos já mudaram de cor, e as chuteiras de cores que passam longe das de Almodóvar, só reluzem sua má fase. Pra sua sorte, Gabriel vive a era da modernidade. Já que Narciso morreu ao se encantar com seu reflexo, hoje, Gabriel se esquiva da morte e tira uma selfie.

A próxima partida do Leão do Mar será dia 24/04 pela Copa Libertadores na Vila Belmiro contra o Estudiantes.

A “selfie de Narciso” inspiração – ver Programa América Invertida – Canal Arte1

 

Leia a versão tricolor da partida 

 

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