Brasil, Olimpíadas, Futebol Feminino
07.08.2016
Postado por Raisa Rocha
Brasil 5×1 Suécia – Futebol Feminino Olimpíadas Rio 2016
Imagina se essas meninas tivessem metade da estrutura que o futebol masculino tem? Se cada uma dessas jogadoras da Seleção tivesse um clube pra treinar regularmente? Porque sim, se você não sabe, algumas delas estão sem clube (como a Formiga) pra desenvolver diariamente seu talento.
O jogo de ontem foi épico. Marta e o time inteiro deram show. Troca de passes, tranquilidade, marcação firme, triangulações, inversões de jogo. Tudo deu certo, um jogo modelo pra passar nas resenhas e a materialização do que se espera de uma equipe entrosada. Poderia me ater a aspectos mais táticos, mas prefiro compartilhar com vocês algumas visões e devaneios sobre o momento do futebol jogado por elas.
Essas Olimpíadas JÁ são um momento histórico pro futebol feminino. Pela repercussão, pela identificação sem precedentes do brasileiro para com elas.
Não tem mimimi, não tem segurar o jogo porque tá ganhando, não tem deslumbre nem amarelar na pressão. Tem trabalho, categoria, futebol e orgulho por vestir o manto amarelo.
E para nós, mulheres, assistir aos jogos dessas meninas é um afago na alma. Não sou do tipo que se emociona fácil, mas tenho assistido aos jogos delas com o corpo sensível, trêmulo, de quem se sente representada, de quem sabe que nossa luta é árdua, diária e longa, mas que nós estamos aqui e que juntas somos fortes. E com a esperança revigorada de que novos tempos pras mulheres no futebol não são um delírio, mas sim uma possibilidade viva e real.
É difícil se conter, a competição Olímpica mal começou e ainda tem muita água pra rolar. Mas está sendo bem difícil segurar a onda com tanto talento, categoria e bola no pé dessa Seleção Feminina.
É quase triste pensar que o sucesso e o reconhecimento à Seleção Feminina estejam diretamente ligados aos fracassos incessantes dos homens no país do futebol. As comparações carregadas de um machismo inconsciente por uma suposta superioridade não têm fim: “Marta é melhor que Pelé”, “Cristiane joga mais que fulano”, “Ela aquilo porque Ele aquilo outro”… Mas hoje não é dia de relativizações, é dia de comemorar. Só por hoje não vou problematizar. Obrigada, meninas.
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