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Galeria Futebol Arte

26.11.2016

Postado por Renata Figueira de Mello

Música popular e futebol: um namoro antigo

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O Brasil, que por décadas foi conhecido como o país do samba e do futebol, traz, é claro, esta ligação tão forte – entre a música e o esporte, na qual já foi internacionalmente imbatível – que fica até difícil a gente afirmar quando foi que tudo começou. Uma mistura que já deu muito samba, muito gingado na comemoração do gol, mas que vem antes até do samba, vem lá das marchinhas dos anos 30, 40 de Lamartine Babo, o grande autor da maioria dos hinos dos clubes cariocas.

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Esquina Musical

Ah, sim… Também é do Brasil o título de o país do Carnaval. E como é mesmo que o torcedor comemora suas vitórias? Com música animada! Com clima de Carnaval. Então logo se vê que essas paixões populares se misturam de forma muito profunda e que não é por acaso que se misturem até as expressões. Os técnicos, não raras vezes, são chamados de maestros, que orquestram vitórias. Os jogadores parecem jogar “por música”, nas palavras de muitos cronistas. O quanto não se falou da “cadência” deste ou daquele craque…

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Getty Images “Garrincha”

E quantas vezes a música popular brasileira, em quase todos os ritmos, não se apropriou de personagens do Futebol, como Haroldo Barbosa fez no bolero, “Tudo É Magnífico”, do início dos anos 60, citando: “Magnífica é a escola de bola de um homem chamado Pelé…”, ou Moacyr Franco, que compôs uma balada “Tributo a Mané Garrincha” , ou ainda Jorge Ben Jor e o seu samba-rock “Fio Maravilha”. Afinal, segundo a famosa letra pop do Skank, “Quem não sonhou em ser um jogador de futebol”?

Enfim… De Lamartine para cá foram muitos os compositores que se inspiraram no futebol dos craques brasileiros e muitos os boleiros que caíram na marchinha, no samba, no funk, no pagode, juntando o seu gingado no campo ao batuque animado de seus amigos músicos e da torcida.

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Lance

Mas não há, talvez, na MPB um grande talento tão apaixonado pelo futebol quanto pela música como Chico Buarque de Hollanda. Torcedor fanático do Fluminense, mas muito mais do que isso, apaixonado por jogar bola. Até hoje. Diz lá quantos excêntricos amantes do esporte você conhece que tenha no quintal de casa um campo de futebol de verdade, com as dimensões oficiais e onde a bola rola solta sempre que dá? Pois é… O Chico tem. E em sua casa, no Recreio dos Bandeirantes, visita bem-vinda é a que topa encarar uma partida. De uniforme, juiz e tudo. O time da casa, o Politheama, só aceita reforços de qualidade. Já para adversário, quaisquer onze que digam saber jogar, estão dentro.

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GGN

Não é a toa que em tantas composições ele cite jogadas e craques. Não é a toa que o hino do Politheama foi composto por ele. Não é à toa que uma das canções pelas quais ele tem mais carinho é uma verdadeira ode ao esporte, que não poderia ter outro nome, senão “O Futebol” .

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EXTRA

Se ele joga bem… já são outros 500. Mas ele garante que sim. Uma coisa é certa, joga com a mesma paixão que tinha quando escalou o Politheama pela primeira vez, ainda rapaz, no futebol de botão.

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Foto: Arquivo Veja

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A Bola que Pariu