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28.01.2017

Postado por Pamela Souza

A magia está desaparecendo

Com os campeonatos regionais batendo à porta, um questionamento surgiu numa roda de amigos: o que falta para essa geração, de fato, sentir a magia do futebol?

Hoje, temos das operadoras de TV por assinatura pacotes cada vez mais “atraentes” e, com isso, os “sofánáticos” (assim denominados por uma delas) têm ganho cada dia mais adeptos ao clube. Temos também o modelo europeu, onde a cada dia mais os estádios se aproximam de um anfiteatro com frequentadores mais interessadas em uma ou duas estrelas do que com o jogo em si. Isso, desculpem-me, não é futebol!

Infelizmente temos a cultura de que “todo o importado é bom e o nacional, ruim”, portanto, essa nova geração já nasce idolatrando jogadores estrangeiros e esquece que o futebol não vem de agora, que há uma história e que nela tivemos figuras excepcionais que foram verdadeiros monstros dentro de campo. Aí, alguém vem e me fala que “ah Pâmela, mas é a referência que as crianças têm”. Sim, concordo. No entanto, a graça do futebol é conhecê-lo, buscar sua riquíssima história, principalmente o futebol brasileiro, pentacampeão do mundo.

Certa vez, estava com o filho de minha prima, de 7 anos, e ele assistia a vídeos do Ibrahimovic, encantado com cada gol feito pelo jogador. Vi aquilo e pensei: “esse garoto não teve a oportunidade de ver Ronaldo, Ronaldinho, Rivaldo e cia…”. Pedi para que colocasse vídeos da Copa do Mundo de 2002. O gol de Ronaldinho Gaúcho, contra a Inglaterra, foi o mais admirado.

É preciso mostrar pra essa geração que cada vez mais se apega no modelo gringo e no sofá o que tivemos e o que é torcer de verdade. O futebol não é esta coisa “gourmetizada” com todos em suas cadeiras e sincronizadamente batendo palmas ao ver um belo lance, numa euforia de gol que dura apenas segundos ou então pela TV, onde o jogo dura duas horas cravadas. O futebol de verdade é aquele em que o aquecimento para um jogo às 16h começa às 10h ao encontrar os amigos para ir ao estádio, chegar lá e ter aquela confraternização com os demais que os aguardavam; a expectativa em ver seu time entrar em campo; o primeiro canto da torcida e o abraço no desconhecido ao lado após o tão esperado gol.

Todo torcedor deve ir ao estádio, ao campo da várzea, à quadra, que seja à rua pra torcer naquele contra com a galera da rua debaixo, conhecer de fato o que é torcer, se emocionar e vivenciar a experiência de sentir e não apenas assistir ao futebol.

Os estaduais são ótimos para resgatarem a magia que há muito tempo tem se perdido, a paixão pelo torcer. Pais, levem seus filhos a um jogo, seja ele contra um time menos tradicional ou então em um clássico, mas levem! Mostrem que o futebol vai muito além de um simples horário na grade de um canal de TV. Camisas? Comprem de seus clubes de coração, não simplesmente porque é moda usar camisa de um tal time. Não deixem essa paixão desaparecer.

Reprodução

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