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04.01.2017

Postado por Renata Figueira de Mello

Jogar por prazer, pra fazer a galera feliz!

2016. Este ano que acaba de passar, com certeza entra para a história do futebol brasileiro. Com lembranças tristes e alegres, o futebol marcou a vida de milhões de torcedores. Palmeirenses até agora riem à toa com o seu nono título do Campeonato Brasileiro Série A. Aliás, à toa, não! Eles têm um bom motivo.

torcida

Correio Popular

Essa conquista é inédita e foi alcançada com muito mérito. Por outro lado, o Internacional amarga um triste rebaixamento à Série B.

Gazeta Press

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Tivemos também a Chapecoense, chegando à fina da Copa Sul Americana. Levou a torcida às nuvens… e de repente, o drama mais inusitado dos últimos tempos: todo o time e comissão técnica vitimados por um acidente aéreo que podia ter sido evitado. Em virtude da tragédia, também demonstrações de apoio e fair play que deixaram marcas para serem lembradas eternamente, como o Nacional de Medelin abrindo mão do título e reconhecendo o rival como campeão. Lições do futebol franco e solidário.

Globoesporte.com

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E pra encerrar a temporada brasileira, tivemos dois amistosos também históricos, pra todas as galeras de várias gerações e para a alegria de todas as torcidas. Neymar, o ídolo maior da nossa seleção (medalha de ouro olímpica- outro fato para marcar o ano que passou) participou dos dois. Amigos de Neymar X Amigos de Robinho, no Pacaembu e depois o time vermelho de Zico X Combinado de artistas e jogadores.

neymar e marinho

SportTV

Foram jogos para encher os olhos da torcida brasileira, com muitos gols, muitos lances de craques e muita alegria e confraternização. Em nenhum deles faltaram homenagens ao time de Chapecó. Encontro de ídolos e amigos em jogos beneficentes, com suas rendas parcialmente revertidas à Associação Chapecoense e parte a outras instituições.

jogo-das-estrelas_2016

Portal da RMC

Jogos para lavar a alma. Para fazer graça. Para marcar o encontro de gigantes de duas gerações, como Zico e Neymar. E para o brasileiro se lembrar porque o futebol está no nosso sangue. O prazer de jogar por jogar. De brincar com a bola. De reviver os tempos das peladas. De correr para o abraço. De fazer as pazes com o futebol que parece estar vivendo uma grande fase com o técnico Tite à frente da seleção principal.

E o que deveria ser a lição que fica desse 2016 é que o futebol pode ter seus grandes craques, mas só vence com grandes conjuntos de jogadores, onde ninguém é insubstituível, antes, muito pelo contrário. Sabemos que somos uma verdadeira fábrica de bons jogadores, alguns com talento nato inegável, mas que precisam servir ao grupo, com seriedade e dedicação, como os demais.

foto Cezar Loureiro

foto Cezar Loureiro

A imagem do neto de Zico fechando a goleada do time vermelho do avô, tem um quê de simbólico: o futebol só tem futuro promissor quando se aposta na formação dos juvenis. Quem se preocupa só com o time principal pode até abocanhar um ou dois títulos, mas terá tempos de estio, como tantos times grandes já viveram.

Esperamos um 2017 mais consciente disso, com torcidas menos violentas e com um futebol cada vez mais bem jogado, mais respeitoso com cada adversário que se encontra em campo e fora dele. Ver o time junior da Chapecoense em ação na Taça São Paulo, vestindo o seu verde da esperança, ainda que derrotado na estreia, também é bom de se ver. É tempo de se refazer, aos poucos, sem pressa e com muita garra. O futebol é feito disso: de suor e sonhos. E que venham os novos craques com esse DNA do coletivo já tatuado na alma.

A Bola que Pariu