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26.01.2017

Postado por Jéssica Mendes

Não é só futebol… nem só amizade

Não é. O jogo de ontem estava mais para Chapecoense x Chapecoense do que para um Brasil x Colômbia. É certo que teve uns pontapés aqui e outro ali, mas normal, faz parte do jogo, que por sinal foi leve, até legal de assistir.

Antonio Lacerda

Antonio Lacerda

Esse jogo era uma homenagem. E essas homenagens para os que se foram (e para os que ficaram) após o fatídico acontecimento sempre são muito comoventes e despertam a solidariedade de muitas pessoas (não me arrisco a dizer todas). Me lembro que naquela semana, 4 dias após o acontecido, eu ouvia o rádio enquanto estava a caminho da universidade para a realização de uma prova e em boa parte do percurso eu chorava “feito criança” durante a transmissão de um velório coletivo dentro do campo. Lembro que me comoveu muito naquele dia a entrevista da mãe do goleiro Danilo. E é sobre ela que quero escrever aqui. Na verdade, sobre a exploração da sua imagem a favor de um sensacionalismo cretino por parte da principal emissora de televisão do País.

Eles sempre”saem na frente”, conseguem exclusividades surpreendentes… são fantásticos, ainda mais quando a concorrência é grande, como foi o caso de ontem, já que a maioria das emissoras de TV aberta estava transmitindo o Jogo da Amizade (era tanta opção de canal, seria bom se fosse sempre assim). Ficam atrás dessa senhora quando na verdade estão atrás de audiência, desrespeitoso.

Como consequência desse baixo nível, deixaram de transmitir o gol ao vivo por que estavam passando vergonha, rodeando a senhora. Bem feito.

Vitor Hugo

Vitor Hugo

Nos admiramos em ver o estádio vazio. Por que será que isso aconteceu? Justo no jogo da Amizade, que foi para ajudar financeiramente os familiares dos atletas falecidos. Cadê o vamo, vamo, Chape? Simples. Querem enfiar a faca em qualquer ingresso, em jogo solidário (e sem as estrelas). Não precisava disso. E o retorno foi na lata. Menos da metade dos ingressos vendidos e com uma arrecadação financeira semelhante a da final da Copa São Paulo de Futebol Jr., com o dobro de público.

Bem, sobre o jogo, foi 1 x 0 para o Brasil. O pano de fundo era um certo climinha de amizade. A seleção brasileira tinha caras novas e foi uma oportunidade interessante para muitos jogarem com a amarelinha, penso que alguns ali cavaram um espacinho nos pensamentos de Tite. Dudu, não só pelo gol, mas pela disposição, pelo bom posicionamento. Diego que, para mim, ao lado do baixinho palmeirense foi o principal destaque do time tupiniquim. A zaga estava bacana também, Geromel junto de Rodrigo Caio formam uma dupla leve, esperta, que corre e vai pra cima, mas que tira a bola com classe.

Ueslei Marcelino

Ueslei Marcelino

Em suma, o Brasil foi superior, deu uma caída logo após abrir o placar, no segundo tempo, mas fez uma boa partida. Foi um jogo tranquilo.

Louvável ter os mais de 18 mil pagantes, assim como é louvável a iniciativa de promover essa partida. Esperamos que a renda arrecadada, que ultrapassa 1 milhão de reais, chegue em quem é de direito.

Não é só futebol.

 

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