VOLTAR

,

06.07.2017

Postado por Patrícia Muniz

Tropeço em Cochabamba

Jorge Wilstermann 1 x 0 Atlético Mineiro – Ida das Oitavas de Final da Copa Libertadores da América 2017

Após quase dois meses e de passar por altos e baixos, enfim, voltamos a entrar em campo pela Copa Libertadores da América. Time de melhor campanha, o Galo enfrentou o Jorge Wilstermann, em Cochabamba, mas não conseguiu fazer jus ao primeiro lugar geral na fase de grupos e precisará ganhar o jogo de volta, em agosto, por dois gols de diferença para se classificar para as quartas de final.

O time do Jorge Wilstermann fez, ainda no primeiro tempo, o único gol do jogo. Após falha de Yago na marcação, Bergese consegue o domínio e chuta cruzado. Gabriel salvou em cima da linha, mas Álvarez estufou as redes de bicicleta!

O Galo começou o jogo marcando alto e bem, mas com dificuldade de dar seguimento às jogadas. No primeiro tempo, Robinho não conseguiu passar da marcação boliviana e parecia brigar com a bola. De um modo geral, todas as jogadas no meio passaram por Cazares, mas Fred jogou mais fora da área e voltando para buscar bola, enquanto He Man foi parado pela trave. Fato é que o goleiro do time boliviano não teve trabalho na noite de ontem.

35579668712_7ba17057e6_k

Desde o último jogo pela Libertadores, contra o Godoy Cruz, muita expectativa foi criada, mas as falhas persistentes nos fizeram colocar os pés de volta ao chão. Entre jogos que fazem o torcedor sonhar e algumas frustrações, o que tivemos mesmo foi uma sequência exaustiva de jogos entre Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil. E assim seguiremos tendo jogos espaçados em, no MÁXIMO, quatro dias. Isso mesmo: o time tem apenas quatro dias para voltar de um jogo, descansar, treinar e concentrar para a próxima partida. E isso ainda pode incluir viagens longas e adaptação ao gramado, que nem sempre é de boa qualidade. Sim, viveremos uma montanha russa com esse time se seguirmos ignorando os fatores externos, condições de jogo e adversário ou a própria dinâmica em campo.

Não sei qual milagre vocês esperam que aconteça, mas regularidade eu acho difícil exigir. A cada jogo temos uma nova prioridade, lidamos com novos jogadores suspensos ou lesionados e há pouquíssimo tempo para permitir o entrosamento e criação das tais jogadas ensaiadas ou tabelas. Tem sido desgastante e essa é a verdade, não podemos confundir simplesmente com má vontade ou preguiça dos jogadores.

35579731922_ff358a812b_k

Também fico frustrada diante das derrotas, mas é importante alertar que estamos, com frequência, apontando para os inimigos errados. É o calendário brasileiro que tem forçado o atleta ao limite do seu estado físico e estamos em um período de reconstrução e implementação de uma nova forma de jogar futebol. Precisamos olhar com cuidado também para o mero descarte de jogadores, principalmente aqueles vindos da base alvinegra.

Temos uma defesa, acima de tudo, jovem e que está se revelando na raça e na necessidade do time diante de tantas lesões. Os meninos da base do Galo estão conquistando espaço e não decepcionam como aqueles com extensa carreira e títulos nas costas e que já não encaram aquela dividida ou buscam aquela bola esticada. Gabriel tem 22 anos e já é titular absoluto na zaga do Atlético, além da qualidade no toque de bola, ele tem presença e boa cobertura. Bremer mal chegou ao time sub-20 do Galo e já foi titular pelas oitavas de final da Libertadores. No momento do gol, faltou sim entrosamento, mas não falta qualidade e raça por parte dos meninos.

34907865204_2e85677d5b_k

Alex Silva parece muitas vezes jogar contra si mesmo, mas ver sua decepção diante de um erro é um comovente sinal de como ele se importa. Mas não se preocupe, garoto! Em casa, vamos resolver, porque o Galo é o time da virada.

 

Fotos de Bruno Cantini/Atlético

Ler mais da Patrícia Muniz

Ler mais do Atlético Mineiro

Ler mais da Copa Libertadores da América

A Bola que Pariu