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17.08.2017

Postado por Ana Clara Costa Amaral

Cheirinho de ataque cardíaco

Grêmio 1×0 Cruzeiro – Semifinal da Copa do Brasil 2017

A primeira parte do duelo pela semifinal tinha a cara de 2017: imprevisível. Refiro-me ao Cruzeiro, é claro. O Grêmio entrou como favorito pelo momento que passa a trupe de Renato Gaúcho e confirmou o favoritismo em campo, mas esperava-se a famosa retranca de Mano, que não aconteceu. E não tem acontecido, como já destaquei aqui.

O gol gremista foi em um contra ataque, diga-se de passagem. Agora, se isso é vantagem…. já é outra história.

As melhores chances foram do Grêmio, que testou o bom e velho Fábio duas vezes com muito perigo. Nem parecia, mas a posse de bola foi equilibrada durante todo o jogo. As marcações encaixaram e disputavam a bola na mesma faixa de campo, a diferença era a objetividade do time gaúcho, enquanto o Cruzeiro não sabia o que fazer com a bola.

Giazi Cavalcanti/Light Press/Cruzeiro

Giazi Cavalcanti/Light Press/Cruzeiro

Não foi um belo jogo de futebol, mas o ambiente do estádio e as picuinhas e nervosismo em campo davam a letra e diziam que isso aqui é jogo de copeiros, assiste quem ama pra torcer e quem odeia pra secar, aos amantes de e-sport, dificilmente valeu ligar a TV.

Voltando à objetividade, foi assim que Luan foi o quarto homem a tocar na bola, incluindo aí Marcelo Grohe, para finalizar a jogada em contra-ataque. Mas, veja só, o menino não foi muito feliz não.

No chute mais defensável do ataque gremista, a temida porém velha tropeçadinha em palito de fósforo voltou a assombrar, e assombra justamente pelo alto nível de Fábio. É aquele típico lance que gera a eterna discussão sobre se é falha ou não, que definitivamente não é um frango, mas que sempre nos custa caro nos mata-matas com Fábio. A bola na pequena área na final da Libertadores em 2009 vem à mente de todos cruzeirenses e diante de mais uma atuação salvadora de Fábio, pedimos licença, mas cê sabe como são as lembranças…

gremio x cruzeiro - wesley santos agencia pressdigital1

Wesley Santos/Agência PressDigital

No segundo tempo voltamos mais agressivos, mas a desorganização e alguns desempenhos individuais bem abaixo continuavam ali. Do Sóbis, infelizmente, já não se esperava nada mesmo. A surpresa negativa ficou com o meio de campo, que teve formação inédita na temporada com Henrique, Lucas Silva, Robinho e Thiago Neves, com a média de idade de aproximadamente mil anos.

Um meio de campo pesadíssimo, sem nenhuma velocidade e pelo visto, quase nenhum entrosamento. Até Henrique, que na minha opinião é nosso jogador mais regular, errou passes impensáveis, mas era o único realmente marcador desses quatro. Robinho, ainda sem o ritmo de jogo, e Thiago Neves não foram felizes em nada que tentaram e nem pareciam ter notícia um do outro em campo.

Pra completar Lucas Silva, que é idoso de espírito, interrompeu sua ascensão e voltou a ser o Lucas Silva do Real Madrid – justo nesse jogo, menino! Ele sentiu a pressão, errou passes a rodo e, apesar de ter sido um homem de marcação, claramente não é a dele, sempre atrasado… Para jogar com dois volantes e um deles ser o Lucas Silva, é preciso um time ágil.

Destaque apenas para Alisson, que também não estava inspirado, mas não fugiu do jogo e sempre tentava as jogadas mais verticais. Com Élber e Raniel o time ganhou juventude e raça, a despeito da desorganização.

Giazi Cavalcanti/Light Press/Cruzeiro

Giazi Cavalcanti/Light Press/Cruzeiro

Mas esse ano não está para videntes, coisas estranhas têm acontecido no futebol nacional e quando você dá por si, Raniel passou por três e por pouco não marca o gol de empate aos 48 do segundo tempo. O monstro Geromel se lesionou e adivinhem quem estará de volta na praça do Mineirão… Arrascaeta e Ariel Cabral. Ou não. Ó nois besta aí de novo!

 

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*Ana Clara é membro do Coletivo RAP Feministas

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