17.01.2018
Postado por Patrícia Muniz
Nós sabemos que já faz um tempo que Ronaldinho Gaúcho não atua profissionalmente, mas foi necessário que sua aposentadoria fosse anunciada para que o mundo inteiro entendesse que não veríamos mais seus dribles geniais sem ser na lembrança de jogos passados. A necessidade do comunicado pode ser entendida facilmente, pois sua habilidade infinita nos leva a guardar, bem no fundo do peito, a esperança de ver o bruxo brilhar novamente. No fundo, a gente queria mesmo era que ele jogasse para sempre.
A história do futebol passa pelos seus pés, pelos seus dribles, pela própria história de Ronaldinho. Seu nome dispensa qualquer apresentação. Até mesmo aqueles que não são apaixonados pelo esporte mais popular do mundo reconhecem em seu nome um dos maiores atletas do futebol. Nos quatro cantos do planeta, o Bruxo desperta admiração. Por onde ele passa, carrega uma legião de fãs, que competem por uma foto ou um minuto que seja perto do ídolo. Irreverência, genialidade e leveza em cada drible desconcertante. Olhando para um lado e tocando para o outro, Ronaldinho brincava de jogar bola e se divertiu encantando o mundo, conquistando Libertadores, Copa do Mundo, Copa América, Champions League e tantos outros títulos.
Parecia sonho demais imaginar um dos grandes deuses do futebol vestindo a camisa do Galo. Ainda me lembro do dia em que sua vinda foi anunciada. Naquela segunda-feira, dia 4 de junho de 2012, eu estava presa na aula de matemática e simplesmente não podia acreditar na mensagem de texto que recebia no celular. Ronaldinho Gaúcho no Galo? Ele chegou de helicóptero no CT de Vespasiano e surpreendeu até os outros jogadores do time, na época. Mas assim… Ele mesmo? Cuca conta do Bernard boquiaberto, sem acreditar que jogaria ao lado do ídolo. Não tem nenhuma brincadeira por trás? É real? E foi. Muito mais mágico que sonhávamos, inclusive. Eu ainda tenho medo de acordar e descobrir que tudo não passou de um sonho perfeito.
Foi quando pensaram que sua carreira estava perto do fim que Ronaldinho teve um novo começo: ele vestiu o manto sagrado alvinegro, encantou a América e nos presenteou com o mais lindo título da nossa história. O pai do futebol arte encontrou em Belo Horizonte uma família. Uma família de apaixonados pelo alvinegro das alterosas. Quando dona Miguelina lutava contra o câncer, ele chorou. Chorou de tristeza pelo estado grave da mãe e de emoção pelo abraço carinhoso e confortante da nação atleticana em tantas homenagens e mensagens de apoio. Ele fez do Galo a sua casa e afirmou que estaria com a massa até o final. Um caso de amor que deixará saudades enquanto seus dribles, gols e comemorações estiverem na memória do torcedor atleticano – para sempre. Aqui é Galo!