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28.02.2018

Postado por Raisa Rocha

Uma coisa de cada vez

Defensor 1 x 1 Grêmio – Fase de Grupos da Copa Libertadores da América 2018

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Ainda não fazem três meses que Fernandinho e Luan derrubaram a Fortaleza de Lanús e a Copa Libertadores da América de Futebol já começou nova edição. O Grêmio, atual dono da América inteira, fez as honras de dar o pontapé inicial em Montevideo, a gostosa capital do Uruguai, contra o Defensor.

Antes de colocar os pés definitivamente em 2018, quero voltar um pouco mais ao nosso passado recente e contar-lhes de alguns hábitos que cultivo.

Nas poucas horas vagas, tenho me ocupado em rever as partidas que levaram o tricolor ao tricampeonato da América. Ainda não rompi a fase de grupos, estou apenas na segunda rodada de 2017, com 6 pontos após vitórias contra o Zamora 0x2 Grêmio, na estreia em 09 de março (Léo Moura e Luan), e um surpreendente Grêmio 3×2 Deportes Iquique na Arena (Luan duas vezes e Miller Bolaños), em 11 de abril, a noite da “sarrada no ar”, lembram? E o que isso interessa?

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Interessa que podemos traçar paralelos, não fazer o papel de “torcedor sem memória” e seguir nossa vida tranquilamente após a estreia de ontem, com empatezinho ruim contra o Defensor (que deveria mesmo ter sido empate, o Grêmio não foi tudo aquilo o que disse o capitão Maicon na saída).

Voltando ao início de 2017, àquela época jogávamos sem Geromel e sem Edílson, ambos com lesões musculares. Bressan e Léo Moura completavam a equipe e o bom velhinho surpreendia aos que criticavam sua vinda ao ponto de precisar deslocar o sempre titular Ramiro para o meio de campo, aonde rende bem menos. Falando em meio de campo, Renato nem ninguém poderiam imaginar que Arthur seria tudo o que o Grêmio precisava e seguimos meio capengas até maio, curiosamente, até a lesão de Maicon se agravar. Até lá, o Grêmio não havia conseguido encontrar seu jogo coletivo, mas as individualidades resolviam e nós tínhamos uma grande esperança: seu nome era Miller.

Ainda sobre o início de 2017, Barrios já havia chego, La Gata Fernández dizia que iria trabalhar e conquistar seu lugar, Luan começava a responder aos afobados da crítica com grandes atuações, principalmente ao lado de Miller Bolaños, a dupla que embalava nossos sonhos continentais.

Pergunto mais uma vez: o que isso quer dizer? Quer dizer que em 2018 muitas águas irão rolar e muitas coisas irão mudar, como foi no ano passado e como sempre é. Nem de longe o time que jogou ontem contra o Defensor é o time ideal para a Libertadores e, espero que logo, as chances de Cícero como centroavante irão terminar. Se não por ele e pela sua incapacidade de exercer a função, será por Hernane ou até por Jael (porque é que ainda não é por Jael, Renato? Tira o Cícero dali!).

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Finalmente em 2018, linda mesmo foi a nova camisa tricolor, com suas listras fininhas e históricas. A partida foi chata de assistir, menos mal que na sequência fomos brindados com um jogaço entre Racing 4 x 2 Cruzeiro.

O Defensor foi mesmo para se defender, com todos atrás da linha da bola e o Grêmio mal escalado não conseguiu encontrar espaços. Se for para Cícero jogar, que seja numa linha entre Maicon e atrás do jogador mais avançado, que nunca pode ser ele. É preciso aproveitar sua qualidade no toque de bola, quando é capaz de acelerar com enfiadas e lançamentos. Renato precisa aceitar que sua presença na linha de ataque é como que entrar com um a menos e é visível que confunde o próprio time, visto que ele embola o setor e não soma na aproximação ou no pivô para manter a posse.

Ainda faltam pernas, ainda falta ao Grêmio mais vitalidade para conseguir movimentação e o jogo de posse apoiada, com os jogadores próximos uns dos outros, o jeito Grêmio de jogar e de furar bloqueios.

A pressão tricolor citada por Maicon foi mais numérica, ocupando o campo de defesa adversário, do que em efetivas chances de gol. Principalmente no primeiro tempo, quando quem mais conseguiu assustar, no fim das contas, foi o Defensor. Faltava ao Grêmio ímpeto e ousadia para furar as linhas do Defensor, coisa que só pareceu ocorrer mais uma vez pelas entradas de Alisson e Jael, na segunda etapa.

O Rei da América assustou no primeiro tempo, sinalizando por diversas vezes algum incômodo na perna direita, mas ficou em campo até o final e sua presença ou não no jogo de domingo está em aberto.

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Alerta também para a problemática do lado direito, ainda longe de solução. A timidez e a falta de autoestima de Madson vem preocupando. Ainda não temos evoluções visíveis do jogador, que parece não estar apto a encaixar no esquema tricolor. Tanto sua presença desqualifica a equipe que Ramiro praticamente não subiu ou apareceu, tendo que cobrir o jogador quase como um terceiro zagueiro em diversos momentos da partida.

A jogadaça de Maicon no lance que resultou em seu gol (me pergunto se a arbitragem apitaria o pênalti em Jael caso o capitão errasse a conclusão…) poderia ter nos dado a vitória, mas uma falha grotesca de posicionamenro em bola aérea nos custou.

Mas, a hora de errar e de perder pontos é agora. Aliás, no universo da Libertadores, conquistar um ponto na casa do adversário sempre foi bom, quase vitória. Porque hoje não seria? E, como eu disse no início dessa resenha, hoje estou aqui apenas para comparar e constatar que com esse empate está tudo sob controle, nada com o que nos preocuparmos na Libertadores, por enquanto. Hora de voltar o foco para o Gauchão, na conquista da vaga e no clássico que se aproxima.

 

Fotos de Lucas Uebel/Grêmio FBPA

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