18.03.2018
Postado por Ana Clara Costa Amaral
Cruzeiro 2 x 0 Patrocinense – Quartas-de-final do Campeonato Mineiro 2018
Na primeira partida da fase eliminatória do Mineiro, o Cruzeiro passou sem maiores dificuldades pela Patrocinense. A invenção de quartas de final em jogo único em uma competição com 12 times pode até ter sido para emprestar mais emoção à disputa, mas só durou para os retardatários na fase classificatória. Sendo o mando de campo do Cruzeiro, nem a renda do jogo ficou para o time do interior.
Espero estar errada e que a mudança seja de alguma valia aos times do interior, mas a partida “extra” no Mineirão serviu mesmo para a manifestação de solidariedade à Marielle Franco nas arquibancadas e ritmo de jogo no campo.
Quanto à partida, o entrosamento de sempre na faixa central e uma leve tendência ao flanco esquerdo, com Lucas Romero discreto no ataque.
Sempre com Rafinha e Egídio pela esquerda, Robinho e TN30 mais centralizados e Raniel flutuando na área, o time pecou na finalização, mas teve muitas chances ainda no primeiro tempo. Raniel já se destacava com muito vigor físico e objetividade, assim como Dedé, que quase fez dois gols e vencia na corrida os poucos contra-ataques adversários.
A partida só foi se resolver no segundo tempo, com Raniel, duas vezes. Primeiro em jogada individual digna de camisa 9, usou o corpo para passar por três defensores e bater com força. Minutos depois, aproveitou a deixada de Robinho para fechar o placar.
Vaga garantida e a sementinha da dúvida plantada, Raniel e Dedé estão, no mínimo, promovidos a primeiros reservas de Fred e Leo. Resta saber quem substituirá Rafinha, que anda arriando no segundo tempo.
Vale lembrar que o Campeonato Mineiro mascara a média de idade alta do time, o que vem sendo uma das poucas marcas negativas do clube. Nossas jóias só brilham no profissional por acidente do destino, nunca por planejamento. Murilo só é o Murilo de hoje pela falta de opção de Mano à época da Copa do Brasil ano passado. Se fosse hoje, qualquer Digão da vida entraria em detrimento de um prata da casa promissor.
Claro que tem sido o suficiente a curto prazo, mas Manos e investidores vem e vão, nossa base fica. Ver o Nonoca emprestado ao Sport, porque o clube TINHA que pagar 6 milhões em Bruno Silva, de 31 anos, é mais um exemplo dessa lógica imediatista. Sim, foi considerado o melhor volante do Brasileirão 2017, mas nunca tinha feito mais nada na vida. Quem é Bruno Silva na fila do pão do Cruzeiro hoje? Ainda há tempo para se recuperar, mas o fato é que Nonoca não seria o reserva nem se fizesse chover nos treinos.
Por fim, na quarta-feira, confesso que me iludo com o destaque artilheiro de Sassá, para acabar de incendiar a disputa no ataque. A temporada de moleza está acabando, e o último “centroavante de função tática” tolerado pela torcedora cruzeirense se chamava Wellington Paulista. Tinha um sorriso fofo e não perdoava o outro lado da lagoa nem jogando pelo Criciúma. Não pode ser o suficiente para a titularidade em pleno 2018!
Colaboração do Coletivo Maria Tostão
Ler mais da Ana Clara Costa Amaral
Ler mais do Campeonato Mineiro