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27.03.2018

Postado por Ana Clara Costa Amaral

Rumo ao clássico, com liberdade!

Cruzeiro 2 x 1 Tupi – Semifinal do Campeonato Mineiro 2018

A semifinal teve o desfecho previsto e o Cruzeirão cabuloso passou à final do Mineiro sem sobressaltos. Com o Mineirão lotado, a partida já faz parte do processo de valorizar a livre manifestação popular mais do que Nutella. Para a festa ficar completa faltou combinar com a Minas Arena que não dá para exigir documentação em cima da hora, pois esse foi o impeditivo para que um vídeo que homenageava a militância de Marielle fosse exibido nos telões. Segundo a administradora do estádio, o documento de direito de imagem não resguardava juridicamente o suficiente a Minas Arena.

Diferentemente do jogo contra a Patrocinense no dia 17, com ingressos salgados, parcos 12.000 torcedores presentes e a apreensão arbitrária de uma faixa em solidariedade a Marielle, contra o Tupi, as vozes cruzeirenses ressoaram com mais força.

faixas no campo

Com ingressos a partir de 10 reais e a segunda maior renda do ano, 48. 566 torcedores puderam acompanhar as minas da torcida Comando Rasta, que não só entraram no campo empunhando a faixa censurada no jogo anterior, como também faixas em memória de Anderson Gomes, motorista do carro alvejado na execução de Marielle, e Eros Dátilo, cruzeirense assassinado no Mineirão. Isso após uma semana de negociação intensa entre as torcidas Comando Rasta e Resistência Azul Popular com a administradora do estádio. A memória de um povo precisa de toda a luta, principalmente por aqueles cuja lembrança incomoda.

Não se trata apenas de respeitar o Estatuto do Torcedor, que resguarda o direito de manifestação sem prévia autorização, mas de nos recusarmos a sermos silenciadas em qualquer lugar.

Pega essa visão, foi o melhor do dia! Além disso, a Toca 3 também foi engrandecida por um adversário valente. Acredito que o Tupi fará uma grande campanha na Série C deste ano, focou em jogar bola e deu canseira na nossa zaga, principalmente com as investidas do lateral Patrick Brey, do atacante Renato Kayser e do “””saudoso””” Reis, centroavante que já vestiu nosso manto. João Vitor marcou belo gol, em chute cruzado indefensável para Rafael.

Foto de Araceli Souza

Foto de Araceli Souza

O brio do time de Juiz de Fora não foi o suficiente para deter TN30, que fez sua melhor partida no ano, marcou dois gols no melhor estilo “pontualmente falso 9”, fora um terceiro golaço por cobertura que foi mal anulado pelo bandeirinha. A atuação do meia resgatou o time, que de resto jogou só para o gasto. A dupla de volantes Henrique e Bruno Silva, que entrou no lugar do suspenso Ariel Cabral, tornou a saída de bola mais burocrática e sentiu o desentrosamento. Ponto para Ezequiel, que ganhou chance na lateral direita no segundo tempo enquanto Romero era deslocado para a função de Bruno Silva. E jogou bem. A disputa pela vaga de reserva do Edilson agradece!

Foto de Araceli Souza

Foto de Araceli Souza

A única nota triste ficou por conta da lesão de Fred. Todas queríamos Don Fredon com seus dois ligamentos do joelho intactos no banco de reserva, mas não aconteceu. Os médicos estimam uma recuperação de 6 a 8 meses. Já deixamos claro muitas vezes aqui na coluna que não aprovamos a contratação de Fred, simplesmente porque não valia a pena, mas nem as bolas que pariu mais pessimistas da América previam isso. Que o segundo gol na temporada venha no Mundial, porque “vôticontá” um negócio viu…

Pelo lado bom, tudo isto quer dizer que domingo teremos Raniel titular em mais um clássico na decisão do Mineiro sem direito a choro nem vela, só com a obrigação de levantar o caneco!

 

Colaboração: Coletivo Maria Tostão

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