30.04.2018
Postado por Mariana Moretti
São Paulo 1 x 1 Fluminense – R03 Campeonato Brasileiro 2018
Escrever sobre empate é como tomar cerveja quente. Você lamenta o gosto, mas engole, porque não tem outro jeito. Jogar fora? Nem pensar! Mais vale 1 pontinho no Campeonato, do que ficar sem ele e fazer falta lá na frente. O empate é a derrota do ego.
Neste domingo, o São Paulo viajou até a Cidade Maravilhosa para disputar o duelo tricolor no Maracanã, pela terceira rodada do Brasileirão. Em um jogo equilibrado, o Tricolor Paulista saiu na frente com gol de Éder Militão, aos 22 minutos da primeira etapa. Foram três intentos numa jogada que culminou no gol: uma cabeceada de Bruno Alves no travessão seguido de um chute de Diego Souza TAMBÉM no travessão (seria um presságio do que aconteceria diversas vezes durante o jogo?). No rebote, Militão mandou de cabeça pro fundo do gol, abrindo o placar no Maracanã e dando esperança a torcida de uma vitória fora de casa.
Fora de campo, o dilema da renovação de Militão continua, e, apesar de confiante na permanência, Diego Aguirre pode não contar com o jogador em um futuro próximo. Nesse vaivém de contratações, a instabilidade da equipe continua. Com ou sem nós, seguem os jogos.
Existe um mau agouro sexto sentido da torcida tricolor que ainda não tem nome próprio, mas que chamarei de “ansiedade dos minutos finais”. Perseguindo-nos desde meados de 2017, embora sua gênese já venha de longa data, a “ansiedade dos minutos finais” consiste em um sentimento de angústia e desespero que almeja o desfecho da segunda etapa, concretizado pelo apito final do árbitro e consequente calmaria nos corações. Essa ansiedade da torcida tem motivo: o famoso gol adversário nos últimos suspiros da partida. Contra o Fluminense, dessa vez, não foi diferente. Aos 44′, Arboleda não impede a cabeceada de Pedro, que empata a peleja que era pra ser nossa. Mais um empate, um empate fora de casa, com esse gostinho insosso de que poderia ter sido diferente. A caixinha de surpresas do futebol fica pro adversário, porque, para nós, previsibilidade define. “Quem ri por último, ri melhor”, e que pessoa desagradável deve ser essa que inventou esse ditado.
Em suma, a protagonista do jogo dessa rodada foi ela, a trave. Esse símbolo de gosto amargo e grito reprimido no peito. A materialização dentro das quatro linhas dessa frasezinha esdrúxula que o futebol sussurra nos ouvidos de quem empata: quase deu.
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