09.05.2018
Postado por Raisa Rocha
Grêmio 3 x 1 Goiás – Oitavas-de-Final da Copa do Brasil 2018
“Não somos apenas o que pensamos ser. Somos mais. Somos também aquilo de que nos lembramos e aquilo de que nos esquecemos. Somos as palavras que traçamos, os enganos que cometemos, os impulsos a que cedemos ‘sem querer'”.
Começo esta crônica com Freud, que na psicanálise ensina que não somos só o agora, feitos de presente encharcado no. E baseada naquilo que nos formou como gremistas, há em mim uma voz que clama por momentos do que passou. Uma dose de dificuldades, algum sofrimento, leves ataques no lombo e um tantinho de jogo defensivo, mais uns chuveirinhos na área pra adoçar a mistura.
Não foi dessa vez.
Paulo Victor, Madson, Michel, Bressan, Marcelo Oliveira, Jaílson, Cícero, Alisson, Lima, Maicosuel e Thonny Anderson.
Pela escalação tricolor, pelo menos no que diz respeito às expectativas pré-jogo eu estava com medo e pronta para o que desse e viesse.
Não foi dessa vez.
Se a falta de entrosamento tricolor já era esperada, no equilíbrio da balança vinha o Goiás, limitado tecnicamente, na segunda divisão e recém trocando de treinador. Assim sendo, foi do esmeraldino a primeira chegada, aos 12, pra lembrar que Paulo Victor é o melhor goleiro reserva que você pode ter. Dois minutos depois Cícero pegou a bola. Na sua, como volante de frente pro ataque, antes da linha mais ofensiva, enfiou pra dentro da área. Veio Alisson. Dada a movimentação, nem parecia um time que “não se conhece” em campo. Gol do Grêmio, pra resolver a parada cedo!
Passei boa parte do primeiro tempo tentando entender quem estava em qual posição. Justo. Alisson, Lima, Maicosuel e Thonny Anderson alternaram entre as pontas e por dentro sem ter dó da defesa do time de Goiás. Depois do gol, só deu Grêmio.
Lima, Thonny Anderson, Maicosuel, Michel, Alisson. De dentro da área, de fora, de falta… Uma, duas, três, quatro, várias vezes. Marcelo Rangel fechou a meta, de titular ou de reserva o Grêmio engole seus adversários!
No intervalo, o Goiás entrou com a mudança de Michael pela esquerda, que logo no recomeço do jogo rendeu o empate com um go-la-ço do Maranhão, bucha de fora da área com a canhota e bola no ar após dominar de calcanhar, meio sem ângulo. Quem esteve na Arena até aplaudiu, não abalou as estruturas, mas de fato o tricolor já não amassava e nem era tão compacto como antes.
Pra retomar o controle, Renato mandou Pepê na do Maicosuel. O guri talentoso tem futuro e está na mesma fila que Alisson encabeça e que conta também com Lima.
Depois, Thaciano entrou no lugar de Lima. E digo: no seu primeiro toque na bola, gol e lágrimas! A jogada foi de Madson e Alisson, que deu a assistência, naquela movimentação que conhecemos, dentro da área e de primeira no canto do goleiro.
Pra fechar, Thonny saiu pra entrada de Vico, a incógnita da base que fez o tal dos dois gols de bicicleta em treino essa semana… Antes do apito, mais um de Alisson, dono do jogo, em seu quinto tento com a tricolor, mais uma vez pelos pés de Cícero em lançamento primoroso com a perna canhota, lá do meio do campo e de três dedos.
Não sei se são frutos dos treinamentos e do mantra do Renato, mas pela primeira vez vimos um Grêmio alternativo jogar parecido ao titular. Em todos os setores – roubando no meio de campo, saída de bola por baixo e domínio, com calma pra construir e atacar. Foi devido à fragilidade do adversário ou está mesmo acontecendo e temos aí não só um time, mas um estilo de jogo impregnado no clube inteiro?
Ah, não que o Goiás tenha forçado uma barbaridade, mas que grata surpresa o Michel de zagueiro, heim!
Olha que vou começar a acreditar que dá pra brigar por tudo…
Copa do Brasil agora, só depois da Copa do Mundo, quase dois meses à frente… O sonho continua, não queremos acordar, que venha o sábado, que venham os vermelhos, queremos a Copa e GREnal na Arena do Grêmio!