06.05.2018
Postado por Raisa Rocha
Grêmio 5 x 1 Santos – R04 Campeonato Brasileiro 2018
Que coisa mais bonita é ver esse Grêmio jogar. Espetacular, um sonho! O tempo avança, o que é muito bom não cessa em melhorar e parece que não há limites que nos possam barrar. Jogo após jogo, gols atrás de mais gols, shows em sequência, até Marcelo Grohe domina bonito e já entrou na roda do olé.
São diversos os fatores fora e dentro de campo que explicam esse momento mágico que vivemos junto ao Grêmio. Da torcida apaixonada que nunca abandonou aos dirigentes, que hoje convivem em harmonia após a mão pacificadora de Romildo Bolzan. O ambiente inunda o vestiário e a comissão técnica, que exalam gremismo. Mas hoje eu quero falar de um elemento que forjou esse time copeiro e temido: a indignação. E não há jogador que represente mais esse atributo do que o nosso capitão, que foi o dono da festa desta noite.
Maicon personifica a indignação que tanto nos faltou por anos a fio. Seja quando bota a banca no sorteio da moeda em um GREnal ou quando comemora seus gols, batendo com força no emblema que ostenta em seu peito aberto e estufado. O Capitão que levantou a Copa do Brasil, quase 15 anos depois, e que um ano depois precisou ser forte pra acompanhar só de fora de campo o time que conquistava a América. O capitão que voltou desacreditado por parcela de torcedores e da mídia, que venceu os fantasmas da lesão, que precisou de algum tempo para readquirir o ritmo e que hoje vem orquestrando o meio de campo numa dupla cinematográfica com Arthur.
É ele um dos que mais representa em campo a indignação que dignifica as três cores. Quando aponta o dedo para a arbitragem, quando não se perdoa ao errar um passe. A sobrancelha negra sobressaltada guarda o sangue nos olhos que todo o torcedor sonha ver em seus representantes dentro de campo. Maicon, o capitão desumano que come cada metro de grama como um cão bravo atrás de seus oponentes. Sem carrinho, jogo na bola e no chão. O capitão dos dois gols nessa noite histórica contra o Santos, primeiro com um chute indefensável e na gaveta desde fora da área, depois em cobrança de falta colocada.
Fim de rodada e segue o Grêmio humilhando quem passa pelo seu caminho. Não é por mal, podemos garantir, pela sabedoria de Renato. Pra cada pegada inconsequente no tornozelo do Arthur, do Luan ou do Everton, fica o aviso: terão um time e uma nação inteira indignados para vingar na bola.
Jogamos novamente com a posse de bola absoluta, intensa movimentação, engolindo o bom Santos do Jair Ventura. O Peixe é time histórico, de camisa pesada e copeira, que mora num templo do futebol, é tricampeão da América e faz grande campanha na Libertadores desse ano. Time que balançou as estruturas do badalado Palmeiras no Paulistão desse ano e que contra o Dono da América nada pôde fazer. Acuado, esperando não se sabe exatamente o que, sem conseguir propor nada.
Sem novidades até aí.
A implacável compactação e o entrosamento que temos o privilégio de assistir ganha todas as bolas, rebotes, quebras, rebatidas e tentativas adversárias, que sempre acabam nos pés de um jogador que veste azul, preto e branco.
O Santos fez cera desde o primeiro tempo e foi excessivo nas faltas, com Luan como o principal alvo. E foi ela, a indignação, que superou o Alvinegro praiano. Indignação que bota a bola no chão e tranquiliza, que empurra ainda mais pra terminar vencendo um primeiro tempo que se findava em empate, depois do time que só se defendeu achar um gol qualquer num desvio do Kannemann.
Indignação que faz um, dois, três, quatro, cinco, quantos gols forem possíveis, nessa noite pelos pés de Everton, Maicon (2), André e Arthur. Vitória incontestável.
Se possível fosse, os adversários reivindicariam que não houvesse jogo contra o Grêmio. Que desânimo deve causar pensar que seu próximo jogo é contra nós, que dor de barriga e de cabeça vêm sentindo nossos irmãos de vermelho.
Sábado será novo dia de alegria na Arena, mais um GREnal, que comecem as apostas! Mas antes, na quarta, também na Arena é dia de confirmar a classificação às quartas-de-final da Copa do Brasil, contra o Goiás, no jogo de volta das oitavas, com 2×0 na bagagem.
Saudações tricolores. O Grêmio é o melhor time da América.
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