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12.10.2017

Postado por Patrícia Muniz

Bem-vindo de volta, Galo Doido!

Atlético 1 x 0 São Paulo – R27 Campeonato Brasileiro 2017

Para quem sonhava em conquistar a América novamente, a derrota nos pênaltis pela Primeira Liga foi mesmo a gota d’água da desilusão, mas se enganou feio quem acreditou que o revés iria abalar a torcida atleticana. Na vitória contra o São Paulo, as atuações seguras e dedicadas dentro de campo casaram com o apoio incessante da torcida mais apaixonada dessas terras.

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Quando Roberto Drummond traduziu em palavras o genuíno sentimento de ‘ser atleticano’, ele não estava fazendo uso de licença poética para tratar como singular aquele que carrega dentro de si a paixão preta e branca. O que Roberto Drummond faz é uma descrição verdadeira e fiel do torcedor atleticano.

O atleticano é diferente de qualquer outro torcedor
É diferente, pois não se restringe a ser
Somente torcedor
Ser atleticano é como casamento
Na saúde e na doença
Nas alegrias e nas tristezas
Mesmo quando a doença parece não ir
E as tristezas teimam em permanecer.

Um ano recheado de imensas expectativas e afundado em frustrações pode soar desanimador para qualquer outro torcedor, mas o atleticano sabe que é justamente nesses momentos que o time precisa da força da massa. O atleticano entende que nos momentos de glórias até mesmo aqueles que julgam o seu fanatismo no dia a dia se converte em torcedor apaixonado, mas sabe que o nosso diferencial é estar junto ao Galo em qualquer situação.

O atleticano é capaz de
Após uma derrota humilhante
Pegar a camisa no armário
E sair às ruas
Mesmo sendo alvo de piadas
Isso por que o atleticano não torce por um time
Torce por uma nação
E tal qual em uma guerra
Um cidadão não renega um país
Mesmo que a derrota seja grande.

Ser atleticano por si só é a maior felicidade que carregamos e motivo de orgulho em qualquer situação. Se nos consagramos vitoriosos, entramos em estado de euforia. Se a derrota nos persegue e o sofrimento nos maltrata, nós crescemos e usamos esses momentos para nos reafirmarmos atleticanos e fazer a diferença. E ontem fizemos a diferença, resgatamos esse atleticanismo e, mesmo após a frustrante derrota para o Londrina, estávamos em peso no Horto, para carregar o time. E nem mesmo as vistas grossas do árbitro para o gol legal de Felipe Santana, que fez uma partida impecável, calaram a massa alvinegra. O placar poderia ter se alargado, mas a vitória magra com um único gol já fomentou a festa.

O atleticano apoia seu time na derrota
Pois os obstáculos engrandecem
Seu sentimento de nacionalismo
E que me perdoem os que têm apenas títulos
Claro que são importantes
Mas o atleticano tem algo que os outros nunca terão
Tem paixão!

Não é possível afirmar que a desenvoltura da equipe em campo seja fruto do tão curto trabalho do Oswaldo de Oliveira, mas a motivação e a superação em momentos tão cruciais não eram vistas pelo torcedor fazia algum tempo. Não nos enraivecemos apenas pelas derrotas, mas pela postura displicente e sem aquela sede de vitória já tirava o sono e vinha, realmente, findando a paciência. Sem falar da diretoria que apenas surfou nos triunfos da gestão anterior e trabalhou para a aprovação de um estádio próprio, mas sem planejamento para o time.

O sexto técnico da era Nepomuceno chegou desacreditado, mas incrivelmente conseguiu resgatar o sentimento de ser atleticano, em meio às sucessivas eliminações e aliado aos ingressos a “preços promocionais”. A noite de ontem enche novamente de esperanças o coração alvinegro, com uma atuação digna do estilo Galo Doido e o time indo pra cima junto com a torcida.
Bica, bicudo!

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Fotos de Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro

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