18.06.2014
Postado por Raisa Rocha
Poderia ser 17 de junho de 2013, mas era só 17 de junho de 2014.
Um dia foi uma das maiores manifestações populares desse país. Ontem foi o dia do jogo da seleção.
Em 2013 foi o dia que o povo acordou. Em 2014 foi o dia que graças à Deus tem jogo e eu vou sair mais cedo.
Em 2013, neste dia os carros parados se sentiam orgulhosos; buzinavam e apoiavam o povo a pé e sentiam certo gozo em estar engarrafados sem hora pra ter fim. Em 2014 foi o nervoso do maldito trânsito de sempre, da má preparação pública, da falta de estrutura e do jogo da seleção.
Em 2013 multidão orgulhosa, forte e unida em cada centímetro de asfalto. Em 2014 multidão cega e bêbada disputando cada centímetro de bar e de TV.
Em 2013 era amor pelo Brasil. Em 2014, acreditem, também.
Faz um ano. Ninguém da TV me lembrou. Foi minha memória daquele dia em que estive lá, memória daquele dia onde eu jurei por mim mesma que não adoraria esta Copa. Memória do dia em que fui patriota. Enquanto escrevo, minha memória me causa lágrimas e sensações adversas.
Não sei se raiva, não sei se amor. Que engraçada é a vida. Brasil, patriotismo, tinta na cara, amarelo, hino nacional, metrô lotado, cidade parada, gritos e cornetas são o retrato do 17 de junho para sempre.
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