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23.10.2015

Postado por Arquivo

Eu nunca fui na Arena Corinthians

Eu sou uma torcedora do Corinthians que nunca foi a Arena.

Aí você diz: mas nossa, Corinthiano que é Corinthiano frequenta sua própria casa. Pois é.

Se tem uma coisa que eu admiro nas blogueiras dessa humilde ‘casa’ é que elas sempre vão a estádios. A Raisa tem uma ligação mágica com o Olímpico; Alessandra e Camila sempre estão no Allianz Parque e vivem a emoção de ver o Palestra Itália repaginado.

Eu não. Eu não fui criada como uma frequentadora de estádios.

Meu pai, que trabalhava com segurança, sempre teve medo e nunca gostou muito de muvucas. Mesmo ele estando presente em um dos momentos mais históricos do Corinthians, o fim do jejum de 23 anos em 1977, ele não era de me levar para ver o Corinthians. Em 1996, quando passei a acompanhar o futebol mais de perto, meu desejo aumentou. Mas eu ainda carregava o estigma (e pode ser que ainda carregue) de ser uma menina que gostava de futebol. E estádio, me diziam, não é lugar para mulher.

A primeira vez que fui a um estádio foi em 12 de novembro de 1998. O Corinthians era um dos favoritos a levar o título daquele ano e tinha um time impecável, coisa linda de ver jogar. Um elenco com Rincón, Vampeta, Gamarra (saudades eternas dessa fã que te ama!), Marcelinho Carioca, Edilson e Dinei era pra se ver ao vivo. E eu importunei meu pai por meses. Ele não queria, não gostava, mas de tanto insistir e pedir de aniversário (essa blogueira que vos fala, escorpiana, faz aniversário dia 30 de outubro), ele finalmente cedeu. Não se nega pedidos de aniversário. Eu não queria ir a Disney; eu queria ver o líder do campeonato jogar.

Naquela noite eu não dormi. Passei horas imaginando o que seria ir no Pacaembu e ver a torcida gritar ali, ao vivo, as coisas que eu só ouvia no rádio e via na TV. Era como ir ao Playcenter: emoção à mil, ansiedade de doer a barriga. Meu pai já tinha me dado dois presentes incríveis, uma camisa do Corinthians oficial (a primeira!) com patrocínio do Banco Excel e número 7 (porque aqui é Marcelinho Carioca, rapá) e um CD da Madonna. E eu tinha 14 anos. Sempre fui bem precoce. rs

Me lembro tudo de maneira bem onírica, como se estivesse sonhando mesmo: a imagem do Pacaembú lotado e daquele time, que ganhou de 2 a 1 com dois gols do Rincón (um deles num chutaço de fora da área) ficou gravada pela minha memória até hoje. Foi um dos momentos mais felizes. Ali me consagrei Corinthiana, maloqueira e sofredora de verdade. Meu time caiu pra segunda divisão em 2007 e voltei ao estádio em 2008 no simbólico jogo contra o Ceará, que marcou a volta do Timão pra Série A do Brasileiro com muitas rodadas de antecedência. Foi o jogo mais importante que estive. Ao total, na minha vida, fui apenas 4 vezes ao estádio.

Domingo será a 5a. vez. E na Arena, nossa casa, nosso cantinho.

Fonte: Nelson Antoine/Fotoarena

Fonte: Nelson Antoine/Fotoarena

Parece que vou ao Playcenter de novo, mal durmo, mal penso em outra coisa que não seja DOMINGO VOU NA ARENA. E estamos há um passo de sermos campeões, num quadro bem parecido com 1998.

Esse momento importante da minha vida de torcedora virou, simplesmente, por causa do histórico, do momento e deste blog (porque não?) um dos momentos mais importantes da minha vida como um todo.

E VAI CORINTHIANS!!!!

(Esse momento você acompanhará aqui, n’A Bola que Pariu. Aguardem!)

A Bola que Pariu