22.12.2016
Postado por Caroline Araujo
1972, ano em que o Palmeiras conquistou o Brasil pela quinta vez e fez história no futebol do país conquistando todos os títulos que disputou. Naquele ano a equipe formada por Leão; Eurico, Luís Pereira, Alfredo Mostarda, Zeca; Dudu, Ademir da Guia; Edu, Madurga, Leivinha e Nei, comandados por Oswaldo Brandão, era conhecida como A Academia.
Naquele ano o Campeonato Brasileiro contou com a participação de 26 equipes e era dividido em duas fases, mais semifinal e final. A primeira fase era constituída por quatro chaves, onde duas contavam com seis times e duas com sete e, ao final, se classificavam os quatro melhores colocados em cada chave. Já a segunda fase contava com quatro chaves de apenas quatro clubes em cada, onde se classificavam para a semifinal os campeões de cada uma. As semifinais e a tão sonha final do Campeonato Brasileiro foram disputadas em turno único e o clube que apresentasse a melhor campanha durante todo o campeonato levaria a vantagem do empate.
Dentre as 26 equipes participantes o Palmeiras apresentava uma atuação quase perfeita. No Brasil o ano era duro devido à ditadura militar, mas para os palmeirenses o motivo para sorrir era maior. O Palmeiras chegava ao Campeonato Brasileiro trazendo consigo a alegria de quem conquistara o Campeonato Paulista de forma invicta. Mas não foi tão fácil para os palmeirenses esquecerem o momento político do país e sorrirem de forma aliviada tendo A Academia como principal motivo… o time passou por alguns sufocos devido à derrota para o Coritiba e uma série de empates, logo no início do campeonato, o que causou susto e temor não somente na torcida, como nos próprios jogadores. Algo precisava ser feito… e foi!
O professor Oswaldo Brandão investiu em uma tática simples, porém eficiente: tocar a bola com velocidade, exercer forte marcação sobre o adversário e preencher todos os espaços do campo, somando ao eficiente trabalho realizado por Leão no gol. O goleiro transmitia segurança, força e se mostrava um gigante à frente das traves… não havia um adversário que não tremesse ao se deparar com Leão. Com a pequena área comparada a uma selva, Leão, o rei, mostrava que não seria fácil para quem tentasse chutar a bola diante do castelo palmeirense. Dessa forma, da maneira Palmeiras de fazer futebol, com amor, raça e dedicação, a equipe conquistou o favoritismo e a primeira fase do campeonato com 14 vitórias, oito empates e apenas três derrotas.
Ao lado de São Paulo, América-RJ e Coritiba, o Palmeiras compôs o grupo B, da segunda fase do campeonato. Os palmeirenses, que respiravam aliviados e esbanjavam o verde em suas camisas pelas ruas do país, novamente viram o sorriso se transformar em uma feição de preocupação. Uma derrota logo no primeiro jogo, por 2×0, contra o São Paulo, fez o título parecer se distanciar e o time ser obrigado a vencer todos os outros jogos e torcer por um tropeço dos adversários… A situação era difícil, mas eram Palmeiras e quando somos Palmeiras o difícil não existe, existe apenas a garra e a fé. E assim foi. A torcida se apegou à fé, não abandonou o time em momento algum. Os jogadores, dentro das quatro linhas, receberam o amor daqueles apaixonados que lotavam as arquibancadas e, aliado à técnica, luta, e, quem sabe, um pouco de sorte, graças aos 3 a 1 no América-RJ e aos 3 a 0 no Coritiba, somado com uma derrota são paulina, o Alviverde avançou à semifinal.
Era o título se aproximando novamente, o sorriso retornando aos lábios palmeirenses. Caminhávamos na certeza de que quem acredita e batalha, sempre conquista.
Apesar do susto, o Palmeiras ainda mantinha a melhor campanha do campeonato e levou para a semifinal, contra o Internacional, a vantagem do empate. Com o placar marcando 1×1 o alviverde seguiu pela quinta vez para a final do Campeonato Brasileiro… o sonho de 72 estava próximo de se tornar realidade.
O palco era o estádio do Morumbi, o adversário o Botafogo de Jairzinho. Das arquibancadas o grito dos palmeirenses vinha como um impulso a mais a ser somado à vantagem do empate. 90 minutos separavam o Palmeiras da taça. E esses minutos correram de forma singular e ansiosa para quem aguardava para gritar, pela quarta vez naquele ano, “O Palmeiras é Campeão”, aliás, o maior campeão. 90 minutos se passaram, apito final, euforia na arquibancada e dentro de campo, alegria que não poderia jamais ser explicada. O Palmeiras, A Academia, se transformava no Campeão Brasileiro de 1972. O ano poderia ser duro no país, mas no Morumbi tudo era mágico… tudo era Palmeiras. Era Palmeiras cinco vezes campeão e somente isso bastava para a felicidade.
Por Carol Araujo