28.12.2016
Postado por Caroline Araujo
A conquista do Campeonato Brasileiro de 1969, naquela época chamado de Torneio Roberto Gomes Pedrosa, pode ser chamada de superação… O time que foi classificado como desacreditado foi o mesmo que levantou a taça no final do torneio.
O Robertão, como era conhecido, passou em 1969 a ser a única competição nacional, já que a Taça Brasil fora extinta. O Torneio Roberto Gomes Pedrosa contava com a participação de 17 times, separados em dois grupos, onde todos jogavam contra todos, em turno único, e se classificavam para a final os dois melhores colocados de cada grupo.
O Palmeiras começou mal… de longe era uma atuação capaz de fazer os olhos palmeirenses brilharem! Nas primeiras cinco partidas, o time perdeu em quatro e empatou em uma, nem mesmo o mais confiante torcedor imaginava que, naquele ano, seríamos campeões… mas fomos!
As derrotas do início não foram suficientes para fazer o Palmeiras se entregar, pelo contrário, fora a força que fez com que o verdão superasse, sozinho, a sua crise, contando, como sempre, com a força de nossa defesa. O goleiro Leão se mostrou mais forte do que nunca e impedia os gols adversários. À sua garra, somou a valentia do atacante César Maluco que, confiante, começou a marcar gols que pareciam impossíveis. Olhando para a transformação da equipe palmeirense de 1969 eu só consigo sentir orgulho do time que, desde os tempos mais remotos, mostra que sua força, garra e união são capazes de transformar qualquer situação ruim em conquistas inigualáveis.
Assim, com nove vitórias, um empate e seis derrotas, o Palmeiras conseguiu a liderança do grupo B e avançou para a quadrangular final ao lado de Botafogo, Cruzeiro e Corinthians. Nem mesmo o mais confiante torcedor conseguia acreditar no que via: estávamos na final, apesar de tudo, estávamos lá!
Era um sentimento de êxtase, de euforia… era difícil controlar a ansiedade diante dos jogos que faltavam e essa ansiedade chegou até os jogadores. O primeiro jogo foi contra o Corinthians, nosso maior rival, em uma tarde de ansiedade e nervosismo, em uma tarde em que a bola parecia não responder aos estímulos e não seguia o caminho do gol! O jogo terminou em 0x0. O próximo jogo era contra o Cruzeiro, a ansiedade era a mesma, mas o nervosismo não. Sabendo administrar melhor a partida, o verdão segurou um empate de 1×1 contra os mineiros. Restava apenas mais um jogo, agora contra o Botafogo. Além de conquistar a vitória com maior saldo de gols que o Cruzeiro, o time alviverde precisava torcer por um tropeço do Corinthians. Era um dia sufocante para os palmeirenses, mas nada tirava a confiança da torcida e da equipe… O Palmeiras sabia que precisava vencer e entrou em campo para isso.
Aquela tarde, no estádio do Morumbi, era uma mistura de felicidade, ansiedade e nervosismo, mas o Palmeiras sabia da sua força! Torcida, jogadores e equipe técnica sabiam o poder que tinham, já haviam superado muito até ali, e a recompensa veio! O Verdão venceu o botafogo por 3×1, um gol a mais que o Cruzeiro. A força, a determinação e o saldo de gols nos deram aquela taça. O Palmeiras conquistava ali o seu quarto título nacional.
O título de 1969 veio, talvez, como o mais sofrido, mais batalhado e que mais nos enche de orgulho. É um daqueles títulos que todo torcedor gostaria de conquistar, de bater no peito e dizer “foi sofrido, mas conseguimos”. E nós conseguimos! Olhando para trás vemos que era apenas o começo de um futuro de glórias alviverdes!
Por Caroline Araujo