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05.03.2017

Postado por Raisa Rocha

Baita GREnal e Libertadores, o Grêmio está pronto!

Grêmio 2×2 Internacional – Campeonato Gaúcho 2017

Eu acho que foi um baita jogo e o empate, de certa forma, um bom resultado. O clássico foi digno da sua grandeza e do histórico da rivalidade, ainda mais se dando num contexto tão especial quanto este atual: o Grêmio campeão da Copa do Brasil e o Inter na Série B.

André Ávila/Ag. RBS

André Ávila/Ag. RBS

Antes de entrar no jogo e mesmo no Grêmio, que é o foco aqui, eu queria falar do Internacional, que fez uma boa partida, sim. O time deles é ruim e dentro das suas várias limitações vejo que o colorado chegou no seu ápice, honrando sua torcida e sua história, no pior momento possível.

Eu não fiz parte dos gremistas eufóricos que visualizavam um novo 5×0. Antes da bola rolar eu dizia que este era o GREnal mais tranquilo da minha vida, sem expectativas, esperando para ver. Após a virada do Inter, uma amiga me perguntou como estava sendo o GREnal mais tranquilo da minha vida. Respondi que “ainda bem que eu estou tranquila…” e, pra minha sorte, os 10 minutos que o Inter jogou, e quase fez o terceiro, foram só 10 minutos.

Terminado meu registro positivo sobre o rival, o Grêmio poderia ter saído já do primeiro tempo com um placar maior. Nem tanto pelas chances criadas, mas pelo “massacre” descrito por Renato na sua ótima entrevista – muito lúcida, passou confiança pra Copa Libertadores. A superioridade tática, física, técnica e na vontade foi digna de goleada. Michel foi bem e mostrou qualidade na saída de bola, autoproclamada como sua especialidade. E, realmente, pelos pés do volante tivemos boa saída com toques de primeira, visão de jogo, buscando ligar contra-ataques e acelerar com passes longos e enfiadas. Ofensivamente a dupla com Jaílson foi satisfatória, mas defensivamente falta agressividade e posicionamento.

Não falarei de arbitragem, somente que foi ruim.

Fui pro intervalo com um receio que se confirmou: GREnal é um tempo para cada um. A partir das entradas do Roberson e do Nico López o Grêmio se desconcertou. Nico, para mim, foi quem mudou a partida a favor do Inter. O time da segunda divisão passou a ter movimentação intensa com mais jogadores povoando as linhas ofensivas e o Grêmio não conseguia marcar ou parar a bola. Buraco no meio de campo. Na breve pressão vermelha, D’alessandro tendo com quem dividir as funções se liberou e, sendo mais participativo, teve seu espasmo GREnal, jogando como sempre jogou o clássico.

Fim da tempestade, Renato decidiu o jogo. Com a mesma iluminação dos tempos de jogador ele substituiu MAIS UMA VEZ pra mudar o resultado. Fernandinho numa bucha espetacular marcou mais um gol em GREnal. O que é ruim, por um lado, porque o atacante ganha mais tempo de vida no Grêmio…

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Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Estamos prontos pra quinta-feira. Foi a primeira vez que o Grêmio jogou neste ano algo parecido com o time campeão da Copa. E daí que foi contra um time rebaixado? Sem desesperos pra sair de trás e encurralando a saída do time adversário. O contra-ataque mortal voltou. O time de Renato vai voltando e aparecendo, sem dar trinta toques pra chegar no gol, mas quinze. E com Luan e Miller se entendendo, o sonho vira realidade.

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Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Há cerca de um ano eu oro, visualizo e faço poesias com Miller Bolaños e Luan jogando juntos e afinados. Os dois são craques e começa a aparecer. Com eles na linha da primeira marcação, meis Pedro Rocha ou Ramiro apertando pelo outro lado, volta a característica daquele time que é destemido fora de casa.

Luan não é finalizador, não vai pra dentro, trama o ataque jogando uns metros antes de quem o faz. Já Miller é decisivo, gosta de gol, não tem medo de receber na feição, arremata de qualquer lado e sabe jogar pelo time. A dupla alivia o peso de Luan na armação e no protagonismo e os dois juntos podem se tornarem o terror das Américas se continuarem auxiliando na marcação e estiverem bem fisicamente pra manter a movimentação.

A titularidade ou não de Barrios se dará naturalmente. Renato parece muito consciente e tranquilo do gerenciamento do grupo. O paraguaio jogou 35 minutos e mostrou alguma movimentação, abrindo pra criar espaços pros jogadores velozes e agudos agirem. E ele cabeceia, no cantinho de Danilo Fernandes quase matando, como foi seu primeiro toque na bola com a camisa tricolor desde sempre.

Ademais, tem Ramiro, Pedro Rocha, Lincoln, os laterais e os volantes que também tem aparecido pra definir as jogadas. Foi uma grande retomada tática o jogo de ontem. Emocionalmente o time parece ir se fechando aos poucos, buscar o placar foi decisivo na estima pro futuro que bate à porta. Uma vitória fácil seria de muito menos valia do que foi o empate num jogo difícil e de reviravoltas. A falta de Douglas começa a ser vencida, a de Walace (e/ou Maicon) não. Defensivamente o melhor ajuste deve demorar uns jogos mais, mas estamos prontos pra começar a Libertadores.

E vamos Grêmio!

 

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