13.03.2017
Postado por Ana Clara Costa Amaral
América 0x1 Cruzeiro – Campeonato Mineiro 2017
ESQUENTA!
Ainda em tempo: há 5 dias, o Cruzeiro realizava a sua primeira e ótima ação em homenagem ao Dia Internacional da Mulher. Primeira porque, convenhamos, o Cruzeiro não tem se esforçado para mudar os números apresentados nas camisas do jogo contra o Murici. Na hora do vamos ver, mais um time masculino criado: Sada Cruzeiro Futebol Americano.
Nada contra, quanto mais modalidades tivermos, melhor. Mas é estranho. Antes mesmo de termos um time de vôlei feminino – modalidade que conta com apelo popular, Seleção Brasileira com tradição há décadas, confederação e competições organizadas e transmitida pro país inteiro – temos uma aposta arrojada numa modalidade que apenas começa a engatar no Brasil.
Sempre me contaram que a dificuldade do futebol feminino era pelo “pouco apelo”. Essa realidade, se podemos chamá-la assim, ficou pra trás depois de termos A MELHOR JOGADORA DE TODOS OS TEMPOS e o sucesso do futebol feminino nas Olimpíadas, tanto pelas apresentações, quanto pelo público presente. Some a isso a obrigação imposta pela Conmebol da criação de um time feminino para que o clube se habilite a disputar a Libertadores – valendo a partir de 2019. É isso mesmo, em 2018 o Cruzeiro será obrigado a montar um time feminino se quiser disputar a Copa no ano seguinte.
Ainda assim, sem tradição, destaque internacional, apelo popular ou qualquer obrigação regulamentar, o futebol americano masculino ganha o aporte da marca Cruzeiro. Por que mesmo não temos nenhum time feminino? Como já dizia a camisa usada por Sóbis, não é de se estranhar que ‘a cada 10 desempregados, 7 são mulheres’.
A única honrosa exceção é o nosso atletismo, que conta com mulheres também. Nos esportes coletivos, seguimos na zerola.
Amor bandido, esse pelo clube.
O JOGO!
Quanto ao jogo, mais um show da torcida cruzeirense. Presentes em peso, esgotamos os ingressos destinados à torcida visitante – e pelo fuzuê, estivemos em otros lugarcitos también…
Pra quem esperava um time misto (eu), Mano surpreendeu e colocou em campo o que parece ser sua ideia de time titular. Em relação ao último jogo, saíram Fabrício e Alisson para as entradas dos titulares Diogo Barbosa e Robinho.
E o que se viu foram 20 minutos de futebol digno de titulares.
O Cruzeiro abafou a saída de bola do América, tinha quase a totalidade da posse de bola, que rodava rapidamente dificultando a vida do adversário. Logo aos 5′, depois de bela tabela, Diogo Barbosa quase achou Robinho em cruzamento rasteiro. O ‘zangado’ celeste quase chegou de carrinho. Três minutos depois, novamente pela esquerda, o Cruzeiro quase chegou ao gol com Sóbis, em cruzamento de Thiago Neves.
A pressão era absoluta. Em mais uma roubada de bola, Robinho cruzou e Manoel quase botou pra dentro de cabeça, a bola quicou e saiu caprichosamente por cima.
Aos 14′, em contra-ataque, Arrascaeta disparou pela esquerda sendo parado pela defesa do América, que jogou a bola pra lateral. Esperto, o camisa 10 bateu imediatamente para pegar a defesa americana ainda desorganizada. Rafael Sóbis, na cara do gol, é atropelado pelo zagueiro. Pênalti bem marcado!
Aos 16’, Sóbis cobra com tranquilidade. 1 a 0. O jogo para o Cruzeiro termina aqui.
Com a infeliz lembrança de Gérson Magrão em campo – que correu e não arrumou nada, além de ajeitar com a mão uma bela enfiada de bola – alguém com saudades?, – e um meio de campo demonstrando todos os sinais de cansaço, apenas Diogo Barbosa, Manoel e Rafael viram a cor da bola. Thiago Neves parecia fora de órbita, claramente ainda sem ritmo de jogo e facilmente desarmado.
Aos 26’, TN mais uma vez chegou atrasado e cometeu falta perigosa. Rafael fez bela defesa na batida de Gerzzzzon Magrão. Ainda deu tempo de TN perder o tempo da bola na cara do gol, em lindo lançamento de Robinho. Aos 40’, ele se atrapalhou e bateu já em cima do goleiro.
O primeiro tempo acabou, para alívio do Cruzeiro, que via um América já superior no jogo, mas sem qualidade para incomodar. Jogadores do Cruzeiro visivelmente abaixo do esperado após o gol.
No segundo tempo, mais do mesmo. A única jogada de destaque do Cruzeiro foi aos 11’, em bela tabela entre Arrascaeta e D. Barbosa que Sóbis recebeu, dominou tirando o zagueiro e finalizou para fora.
Passes errados, algumas tentativas de entrega de paçoca e um milagre operado por Rafael, salvando cabeçada de Renan Oliveira após um erro na saída de bola.
O sofrimento diminuiu após a entrada de Alisson aos 20’, no lugar de TN, voltando para compor o meio campo e diminuindo as subidas da defensiva do América, mas o time seguiu sem iniciativa. Rafinha e Ábila entraram no lugar de Arrascaeta e Sóbis, respectivamente. Como de costume, entraram bem, mas o time ontem realmente não ajudava.
Aos 43’ Ezequiel quase entrega a paçoca, aos 45’ Ezequiel leva um cartão amarelo e aos 49’, graças a Deus, o jogo termina. Quarta-feira tem mais, mas preferivelmente, com o time alternativo e descansado.
RAPIDINHAS
– Além da “novidade” de jogar no Independência, casa do América, a campanha pela popularização do futebol, da diretoria americana, também colaborou com o sucesso da torcida cruzeirense. Dou os meus sinceros parabéns à atitude de cobrar R$ 10 da torcida visitante. Infelizmente, temos que lembrar que a recíproca não é verdadeira e, quando recebemos o América no Mineirão, cobramos indecentes R$ 120. O América foi altivo o suficiente para quebrar esse ciclo de sabotagem recíproca, espero que nossa diretoria entenda o recado!
– O Campeonato Brasileiro Feminino começou nesse fim de semana. A coluna do Cruzeiro, infelizmente, não tem nada a dizer sobre isso… E aí Cruzeiro, #VamosMudarOsNúmeros?
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