31.07.2017
Postado por Ana Clara Costa Amaral
Cruzeiro 0x0 Vitória – R17 Campeonato Brasileiro 2017
Após uma heroica classificação e jogando em casa contra o vice-lanterna, esperávamos uma vitória, é óbvio. Mas só de bater o olho e ver o ataque composto por Sassá e Sóbis, passei a esperar problemas. Contra o Avaí, que talvez tenha sido nossa pior apresentação no Brasileiro, os dois já se engalfinhavam na grande área, ambos improdutivos longe dela.
Já na defesa, são 6 partidas desde a “profética” entrevista em que Mano garantiu que o Cruzeiro não tomaria mais três gols em um jogo. Entre constrangimento e alegria, o fato é que do clássico pra cá nossa defesa melhorou mesmo e o retorno de Manoel tem tudo para ajudar com essa… missão.
O jogo se desenvolveu pela direita com Élber, Thiago Neves e Sassá no primeiro tempo. O Cruzeiro sem Arrascaeta continua limitado aos contra-ataques e o Vitória, afundado no Z-4, partiu pra cima e proporcionou ao time celeste seu habitat natural. A marcação encaixou, não sofremos sustos, era de se pensar que com um pouco de perseverança o gol saísse…
A maré pesada de azar que ronda nossos “titulares”, no entanto, não dá tempo para nossas conjecturas otimistas. Élber levou uma ombrada na cabeça (porque ninguém cabeceia um ombro em sã consciência, mas as imagens são duvidosas), sentiu e deixou o campo zonzo poucos minutos depois. Aos 36 minutos, Manoel se embananou com Sassá no ataque e sentiu o pé direito novamente. Entraram Rafinha e Murilo, respectivamente. Aos 40’ o Cruzeiro já havia queimado duas substituições por lesão.
No segundo tempo, após alguns minutos de pressão, o time visitante se absteve do ataque, retrancou e as dificuldades do Cruzeiro aumentaram. Rafinha entrou muito bem e ao lado de um Cabral inspiradíssimo no desarme e na armação construiu as melhores jogadas, mas ainda há um desnível técnico grande entre nossos armadores e atacantes. Os últimos andam devendo.
Mesmo com o ferrolho montado, tivemos chances claríssimas de gol no segundo tempo; com Sassá, aos 18’, que sozinho bateu pra fora e com Thiago Neves aos 26’ e 38’, coroando a atuação do goleiro Fernando Miguel. E não saímos do zero. A dupla Sóbis e Sassá ainda carece de testes contra equipes mais cascudas, mas mostrou que não é necessariamente desastrosa, com um ala (Elber, Rafinha, Alisson) inspirado e menos azar pode segurar o rojão no Brasileiro, mas não dá pra esperar mais do que isso. Que nos viremos, já que é de se esperar um rodízio entre Sóbis, Alisson e Thiago Neves com vistas à Copa do Brasil.
E quanto ao drama do DM…
Assim como Arrascaeta, Manoel é mais um titular que tem um “retorno” de menos de um jogo completo, após meses de departamento médico. Dedé também retornou por apenas alguns jogos, para ter a famosa reação por estresse, igual à do 10. Na oportunidade, os médicos do Cruzeiro esclareceram que é um quadro comum nos retornos de longos períodos de inatividade.
Após o jogo de ontem, Sóbis desmaiou no vestiário e Ariel Cabral dá indícios de lesão, ainda a se confirmar.
Cá entre os leigos, tempestade à vista. São muitos jogadores que se machucam, quase todos ficam por longos períodos no DM e depois disso, você já sabe… o olhar já nostálgico a observar Rafinha e Robinho, também retornando de lesão. Que venha a base, pois nossos titulares e suplentes importantes estão todos sucumbindo!
Não vai ter desculpa de calendário, de intensidade do futebol moderno, nem pra comissão técnica e muito menos pra diretoria se chegarmos à semifinal contra o Grêmio com apenas 2 atacantes e nenhum armador. O futebol é intenso para todos e o calendário é até particularmente favorável à nossa equipe. Preservem-se TN30, Robinho, Alisson, Diogo Barbosa e Lucas Romero se quisermos sonhar com título esse ano!
Fotos de Whashington Alves/Lightpress
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