25.09.2017
Postado por Patrícia Muniz
Atlético MG 1 x 3 Vitória – R25 Campeonato Brasileiro 2017
Nem mesmo a aprovação pelo Conselho Deliberativo do Atlético para a construção da Arena do Galo, no início da última semana, animou a massa atleticana para a partida de domingo à noite contra o Vitória, no Horto, pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro.
Mal havia adentrado às arquibancadas do Independência, quando o silêncio momentâneo denunciou que saíamos atrás no placar novamente. Com apenas dois minutos de jogo já começava o sofrimento atleticano de lutar pela virada. A torcida não se entregou à frustração, seguiu apoiando e a reação não demorou para acontecer. Pelo lado esquerdo, com jogada entre Fábio Santos, Cazares e Fred o empate veio ainda no primeiro tempo.
Mais uma vez a posse de bola nos pertencia, mas pouco se criava a partir disso. Apenas na pressão, tentávamos sem sucesso penetrar a defesa baiana. O Vitória se fechou atrás da linha da bola em uma marcação atenta, pouquíssimos cruzamentos eram realmente aproveitados pelo ataque atleticano.
O Galo cresceu durante o jogo, mas é um time displicente, que não consegue acompanhar com velocidade os contra-ataques adversários. E quando pensamos que estávamos perto da virada, com a entrada de Otero e a esperança de um gol de falta, veio o banho de água fria. Em uma bola lançada pelo tiro de meta do goleiro, Leonardo Silva, que vinha salvando o time do desastre, falhou na tentativa de cabecear para trás e o atacante do Vitória driblou nosso goleiro, escorregou e ainda teve tempo de se recuperar até tocar a bola para dentro da área. Uma bagunça generalizada na defesa deixa a bola nos pés o lateral Yago, livre para marcar.
A capacidade de perder a bola com facilidade, deixando o time aberto e fragilizado aos ataques adversários, também se reflete na incompetência da equipe em desarmar e recuperar a bola, principalmente por parte dos volantes de marcação, o que força os nossos zagueiros a se adiantarem.
E, confirmando as reclamações da torcida, Micale inexplicavelmente substitui Luan por Marlone, piorando a situação da equipe em campo. Quem compareceu ao Horto na noite de ontem se revezava entre raiva e frustração ao se lembrar do potencial promissor que a equipe apresentava no início da temporada e ao perceber que o time baiano estava mais próximo do terceiro gol que o Galo de uma reação. E o nosso time já estava entregue às vaias de parte da torcida quando Tréllez, nos acréscimos, marca, de fato, o terceiro do Vitória. Mais uma derrota dentro de casa.
Ainda no vestiário, Micale foi demitido, após apenas dois meses de trabalho e 36% de aproveitamento. É difícil pensar a demissão de alguém que sequer deveria ter sido contratado, ainda mais considerando um período de trabalho tão curto, em um momento de instabilidade dentro de campo. Esse cenário é o retrato de uma diretoria sem planejamento, que não assumiu as responsabilidades do time displicente e em tamanha queda de rendimento. O presidente não compra um projeto, mas sim resultados imediatos, sem qualquer compromisso com a reestruturação necessária que tem um time recheado de medalhões.
O time conhecido pelos feitos de sua torcida ser agora um dos piores mandantes desse campeonato é realmente desanimador. Mais três pontos foram perdidos em casa, uma nova mudança de treinador será enfrentada (o quinto demitido por Daniel Nepomuceno) e a massa atleticana volta a sofrer com times inconsistentes e diretorias irresponsáveis.
Fotos de Bruno Cantini
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