27.11.2017
Postado por Mariana Moretti
Coritiba 1 x 2 São Paulo – R37 Campeonato Brasileiro 2017
E nada como um tempo após um contratempo
Pro meu coração
E não vale a pena ficar, apenas ficar
Chorando, resmungando…
O São Paulo dos contratempos. Da zona de degola à disputa de um lugar ao sol em questão de dias, ou melhor, de rodadas. O São Paulo do turbilhão de acontecimentos que podiam ter culminado no maior contratempo que um clube teme enfrentar. Para quem acha que esse contratempo é apresentar seu futebol em uma série que não condiz com sua grandeza, eu lhes digo que não. O maior contratempo de um time é perder sua torcida, sua esperança, sua história. E provamos que, além de time grande não cair, nossa torcida é Fabulosa, de Coração Valente, veste sua Alma Celeste e tem gana de conquistar o mundo mais uma vez. O planeta já foi nosso em três ocasiões que a memória não deixa esmaecer. Temos que seguir em frente vencendo os obstáculos, que nem pela primeira nem pela última vez, foram impostos pela arbitragem no jogo contra o Coxa, no Couto Pereira.
O contratempo da vez foi algo que é familiar a todos neste Brasileirão: as lambanças da arbitragem. Em lance grotesco na grande área, interpretado como um toque de mão de Edimar, quando na verdade foi infração de Tiago Real, o juiz apoiado pelo (des) assistente marcou pênalti para o Coritiba sair na frente no placar. Como “Contratempo” é sobrenome do Brasileiro 17, já estávamos habituados a confrontar esse “jogador a mais” e correr atrás do resultado. De virada, meu Tricolor garantiu a vitória, e, como tudo que vai também volta, Matheus Galdezani devolveu ao São Paulo o gol que o juiz deu de lambança lambuja ao Coritiba.
A oportunidade dos meninos de Cotia veio em boa hora e foram essenciais a virada tricolor. Como escrevi em outras ocasiões, Dorival poderia ousar mais em aproveitar os jogadores da base, que dessa vez foram relacionados devido aos desfalques de Pratto e Hernanes. Shaylon e Brenner foram protagonistas de importantes assistências e alguns chutes a gol, respectivamente. Contudo, ficou um sentimento de “quero mais”. Quanto mais Dorival der chances a eles, mais ficarão entrosados com a equipe e poderão mostrar o futebol de qualidade que o São Paulo tanto precisou durante esse campeonato.
Se existe alguém que acredita que a vida é justa, com certeza não acompanhou esse Campeonato Brasileiro. Se existe alguém que passa bem do coração, do estômago e dos tiques-nervosos, com certeza não é são paulino ou são paulina. Sofremos do complexo JK: parece que passamos 50 anos em 5 meses. Esse cabelo branco e essa gastrite nervosa não deixam dúvidas.
Nem chorar nem resmungar. Terminar esse campeonato de cabeça erguida e pensar nos próximos desafios que nos aguardam. Apesar de todos os obstáculos, a Sul-Americana já é uma realidade. E pra quem já viveu 50 anos em 2017, por que não pensar grande e almejar a Libertadores?
O trecho faz parte da música Jorge Maravilha, de Chico Buarque.
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