04.12.2017
Postado por Ana Clara Costa Amaral
Botafogo 2 x 2 Cruzeiro – R38 Campeonato Brasileiro 2017
Enfim, o homeopático fim do Brasileirão 2017 chegou contra o bom Botafogo, no Nilton Santos. Adversário que vinha numa decrescente, é verdade, mas que dependia apenas de uma vitória em frente à sua torcida para garantir a vaga na Libertadores 2018.
O Cruzeiro, como já há algum tempo, jogava para honrar o manto e de quebra garantir a premiação de R$ 4.092.165,00; pouco mais de milhão de reais mais gorda do que a do sexto colocado.
E assim, com Rafael, Lucas Romero, Digão, Murilo, Bryan, Lucas Silva, Henrique, Robinho, Thiago Neves, Rafinha e Arrascaeta, meio sem lateral, meio sem atacante, foi a formação que representou as cinco estrelas no Rio.
O time dominou os primeiros 20 minutos da partida. O quarteto ofensivo, ainda que deslocado, era o nosso quarteto ofensivo de sempre, acostumado à ausência de um atacante de ofício. Ainda que estranho, contribuía na marcação e o Bota não via a cor da bola.
Aos 25’ os anfitriões abriram o placar, pelo alto, que parecia ser mesmo o caminho dos gols na defesa celeste. O Botafogo cresceu de produção e era superior quando Romero roubou a bola, suspendeu com categoria para Arrascaeta, que, simplesmente, deu uma assistência de bicicleta para TN30 decretar o empate.
Invejosos dirão que Arrascaneta tentou o gol, mas o fato é que os gringos e TN30 fechavam com chave de ouro uma grande temporada. Arrascaeta com mais espaço do que nunca na Seleção Uruguaia, com motivos pra sonhar com a titularidade na Copa do Mundo. Já Thiago Neves, consolidou a temida “volta da Arábia” com título, incríveis 19 gols e 14 assistências, e a merecida Bola de Prata.
Em 2018, na volância ou na lateral, a bola de prata será dele, Lucas Romero!
Futurismos à parte, a sorte estava do nosso lado. Se contra o Vasco, na rodada anterior, perdemos várias chances e consagramos Martín Silva um dos melhores em campo, contra o Botafogo a virada veio de bandeja.
Logo aos 3’ da segunda etapa, Lindoso, como quem homenageia a incrível assistência de bicicleta, falou “faz, garoto”. E o camisa 10 só empurrou pras redes.
O alvinegro carioca tentou de tudo, e após boas intervenções de Rafael, conseguiu o gol de empate. De novo com Bryan de “chama gol”, na melhor das hipóteses. Pouco tempo depois Rafinha, nosso melhor jogador no returno do Brasileiro, foi expulso por reclamação e o empate ficou de bom tamanho.
Mais uma vez a camisa cinco estrelas pesou e jogou por si só, para finalizar o ano do pentacampeonato como ele merece. Que toda a sujeira deste ano – com direito a duas diretorias simultâneas, ameaça de morte, eleições do conselho na justiça, dívidas, calotes e os mais que prontos vazamentos para a imprensa – seja esclarecida, mas nunca confundida com o manto mais bonito da América do Sul.
O Cruzeiro é grande, o Cruzeiro é gigante graças à torcida e a despeito dos seus bastidores. O Cruzeiro é gigante e vai em busca do tri da América ano que vem, muito embora não invista nas mulheres.
O Cruzeiro é gigante e precisa da sua torcida apoiando o time em campo e defendendo o clube de aventureiros e galopress, que se por um lado não apagam mais um ano vitorioso da nossa história multicampeã, alcançaram em 2017 níveis de baixaria nunca antes vistos.
Também chega ao fim o primeiro ano de colaboração do Coletivo RAP Feministas com as minas da Bola que Pariu. Sofremos e comemoramos demais e frutificamos também em meio ao caos! Enquanto “os salários de outubro” forem a pauta torta do dia, será nosso prazer contar dos assuntos que realmente importam: queremos o tri, o time feminino e o voto da torcedora. E não adianta apagar os refletores, que não arredamos o pé!
Fotos de Rafael Ribeiro/Light Press/Cruzeiro
Texto com colaboração do coletivo RAP Feministas
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