17.12.2017
Postado por Raisa Rocha
Grêmio o x 1 Real Madrid – Final da Copa do Mundo de Clubes da FIFA 2017
O Grêmio provou do veneno do seu estilo de posse de bola e marcação no campo do adversário, sentiu na pele o que é enfrentar um esquema de jogo aproximado, com toques rápidos, grande movimentação e proposição das ações. Frente ao Real Madrid, um dos times mais caros do mundo, só correu atrás e tentou marcar o jogo inteiro. Os galácticos jogaram pra cima, Luka Modric e Toni Kross engoliram o meio de campo, Casemiro caçou Luan, Marcelo foi mais uma vez monstruoso e Cristiano Ronaldo, apesar de não fazer uma partida excepcional, dispensa comentários. O tricolor jogou para fechar espaços e nisso igualou a partida. Foi preciso uma falta, uma barreira mal formada e pior ainda executada para definir o placar. Só assim CR7, o melhor do mundo, venceu Grohe.
Sem amenizar, sei que o tricolor só desferiu um chute à meta do porto riquenho Keylor Navas, de Edílson, de falta do meio da rua, aos 27 minutos. Só isso e um único escanteio, batido curto (raios!) em jogada aos 33. Só. De resto, a tríade formada por Marcelo Grohe, Walter Kannemann e Pedro Geromel fechou a participação gremista em 2017 com status de divindades. Creio que a esplanada da Arena do Grêmio seja grande o suficiente para que os três também tenham suas estátuas ao lado da do Renato.
Não há derrota, gremistas. O sonho do bi mundial foi adiado, mas nada apaga a história do tri da Libertadores, conquistado sem ressalvas, e da maravilhosa temporada que este Grêmio nos proporcionou. Que time temos, senhoras e senhores! Estes jogadores nos devolveram o Grêmio forte, aguerrido, bravo, copeiro, peleador e a alegria. Nós temos gremistas vestindo a camisa tricolor, o que mais podemos pedir?
Vivemos hoje o fruto de um planejamento que irá continuar. Da nossa base sabemos que virão novos guris para honrar o manto e, além das renovações com quase todo o time titular, uma ameaça de desmanche me parece distante. Aconselho que podemos nos dar o direito de sonhar com mais ciclos vitoriosos no futuro que nos aguarda.
E aqui, mais uma vez o meu muito obrigada ao presidente Romildo Bolzan.
Se nas vitórias me faltam as palavras, como fora no TRI da América, nas derrotas não. Nelas, as frases borbulham na mente, ali falo com a dor e tento lembrar que não só de vitórias se faz a vida, não só de vitórias se faz o futebol, não só por vitórias seguimos o Grêmio. Tristes ficamos sim, mas orgulhosos estamos ainda mais. Apesar da frustração inevitável, não acredito que minha função aqui seja a de levantar ninguém. Porque não caímos, estamos em pé e fortes, sedentos e prontos para o que der e vier.
Falando ainda sobre a participação do Grêmio no Mundial de Clubes, jamais saberemos quais desfechos a presença do Arthur nos daria. O que sei é que o ínfimo período para ajustar a equipe foi um golpe no tornozelo.
Ademais, para mim é especial poder ver Marcelo Grohe vivendo esse momento. O guri que virou homem ao longo dos anos passou por tudo o que passamos e ainda sendo preterido temporada após temporada, mas hoje, finalmente tem o reconhecimento e o retorno pela vida que dedicou ao Grêmio.
Dados de posse de bola, chutes a gol, estatísticas? Todos nós já vimos e ouvimos. Não cabem críticas. Quem dá aula no seu país, domina seu continente e pode jogar contra o Real Madrid, pode. O resto tenta o duelo no Playstation, seca e acumula memes.
Luan não conseguiu jogar, obrigada por tudo o que já fez até aqui, guri. Fernandinho e Jaílson foram mal, Michel se esforçou. Ramiro se entregou como sempre. Cortez sofreu e Edílson lutou. Não criticarei Lucas Barrios, que falou em hora inadequada. Sou grata ao artilheiro, especialmente pelo gol contra o Botafogo, nas quartas da Copa. Acredito mais em sua limitação física do que em corpo mole. Sua despedida não me surpreende, afinal, como dissera no post anterior, em 14 anos de carreira foram 13 clubes. O que esperar? Ademais, deixo minha corneta pra gremistada que idolatra qualquer jogador que habla…
Na luta de classes futeboleira, o europeu galáctico superou o latino provedor de craques, novamente. Cada vez se escancara mais a realidade do futebol que vivemos. E, para encerrar, repito: não há derrota, somos o melhor time da América, o mais copeiro do Brasil, aquele que joga futebol de verdade e o segundo melhor time do mundo.
Vamos tricolores! Aos jogadores, o descanso merecido. O Grêmio foi digno, do tamanho da sua história e da sua gente. Que Renato fique, mais glórias nos esperam. Inclusive o planeta, que está reservado para o Grêmio. Logo menos.