10.01.2018
Postado por Tainá Moraes
O futebol é feito e de coração, emoção e de gente. O que sempre me encantou na torcida do Baêa foi a mistura, foi o fato de unir pessoas de todas as cores e classes em um momento de devoção pelo clube. Ser o time do povo sempre foi nossa maior marca e isso é motivo de orgulho para quem carrega o verdadeiro espírito tricolor. Olhar as arquibancadas da antiga Fonte Nova era reconhecer as várias identidades e origens de Salvador e de toda a Bahia.
Do governador do estado ao vendedor de picolé, a Bahia é pintada de vermelho, azul e branco, não temos vergonha de termos nossa marca ligada à população humilde, pois foi essa população que levou o clube até onde ele está hoje. Nosso hino deixa bem claro quem somos, nunca negamos que somos o clube do ‘povão’. Nossos mais de 4 milhões de torcedores vêm de classes e origens diferentes e isso não é motivo de vergonha para nenhum torcedor tricolor.
É incrível a maneira com que o Baêa une as pessoas, todos pelo mesmo objetivo, todas cantando, vibrando, amando em apenas uma frequência. Não importa o que você faz da vida, dentro do estádio todos estão na mesma ‘batida’, todos estão em busca do triunfo. Usar o manto e cantar o hino não é exclusividade de ninguém, nossas cores são as cores de todos e isso é o que nos faz grande e nos faz alcançar belos horizontes, foi a torcida ‘misturada’ que nos levou a locais que outros clubes baianos não alcançaram em muitos mais anos de história.
Os anos passaram, hoje mandamos os jogos na Arena Fonte Nova, os ingressos possuem preços absurdos e, infelizmente, temos nos distanciado da nossa torcida, aquela que trabalha para ganhar um salário mínimo e não pode se dar ao luxo de pagar os preços abusivos cobrados. Até quando o Clube vai aceitar que a Arena faça isso com nossa torcida, que tanto o apoia?
O tricolor lançou a campanha #DeBermudaECamiseta. É muito interessante mostrar as várias faces da torcida, mas agora é preciso lançar algo para atender esses torcedores – colocar ingressos a preço popular, trazer de volta o povo para o estádio e dar oportunidade de mantermos viva a chama que ilumina o sentimento dos torcedores do Baêa. O clube do povo precisa voltar a ser do povo, nosso orgulho precisa voltar a ser nossa identidade.