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19.02.2018

Postado por Ana Clara Costa Amaral

Liderança isolada e dor de cabeça

Cruzeiro 1 x 0 Villa Nova – R07 Campeonato Mineiro 2018

Nem todo dia é dia de baile. Mas ainda que com um placar magro, a partida contra o Villa serviu primeiramente para seguir o fenômeno de público que o Cruzeiro vem emplacando no Campeonato Mineiro. Novamente, mais de 30.000 torcedores presentes. Todos saudados por Dedé, relacionado pela primeira vez no ano.

mascotinhos

O resultado também foi importante para que Mano siga o plano do rodízio, que deve ser intensificado na próxima rodada, contra o Boa Esporte, apenas três dias antes da estreia na Libertadores. Ali esperamos nada mais do que o time reserva + Thiago Neves.

Já o “time titular da vez” vem bem e apresentou algo próximo do que estamos acostumados, com o diferencial das últimas duas rodadas: Mancuello. O meia já demonstrou muita técnica logo na estreia contra o América, mas o seu aproveitamento no time ainda é indefinido.

Na rodada anterior, na vitória por 2×0 contra o Democrata, jogou como volante e o duelo contra o modesto time de Valadares teve momentos de “trocação” honesta, de toma lá, dá cá e três defesas salvadoras de Fábio. Mancuello marcou um dos gols celestes e foi bem no ataque, mas a formação com Henrique, Robinho, Arrascaeta e Rafinha precisa ser descartada para qualquer jogo, mesmo no Mineiro.

robinho

Contra o Villa, retornou a dupla de volantes titular e a cadência a que estamos acostumados. Henrique e Ariel Cabral parecem garantidos. Completaram o meio campo Mancuello, Arrascaeta e Rafinha, com Fred de glorioso cone como de costume. Nas laterais, Edílson e Egídio, e na zaga, Manoel e Murilo. Um time que poderia ser titular, não fossem Thiago Neves e Robinho poupados por escolha da comissão.

Apesar da boa distribuição em campo, o time sentiu a ausência de Robinho no primeiro tempo e as triangulações não saíam, apesar do amplo domínio de posse de bola. O time jogava torto pela esquerda, sempre com Egídio e Mancuello. Rafinha quase não via a bola e, assim como Edilson, só era acionado em ligações diretas pouco promissoras no corredor direito. Para completar, Cabral, que é quem poderia fazer alguma ligação direta mais útil, abusou dos passes errados. As boas chances vinham das bolas paradas com Edílson.

Em suma, o primeiro tempo ficou bem abaixo, mesmo dados os devidos créditos ao Villa Nova, que fazia três boas linhas em dois terços do seu campo. O gol saiu na única vez em que quebramos esse padrão: Rafinha parte pra cima pela direita, toca pra Fred, de primeira pra Henrique, de volta pra Rafinha entre três marcadores bater para o fundo da rede. Certeiro, o quinto dele no campeonato.

rafinha

Se velocidade é importante pra fazer gol, pra fazer Fred participar do jogo é imprescindível. Foi assim nas poucas vezes em que conseguiu encostar na bola, quando no quesito passe e pivô tem sido feliz quase sempre. Já nas finalizações, perdeu a melhor chance em contra-ataque puxado por Murilo. O zagueiro até lembrou Dedé dos tempos áureos, conduzindo a bola na base da força até o meio de campo e lançando Mancuello. O argentino mandou açucarada para Fred, na pequena área, perder mais um de cabeça.

Já no segundo tempo, com a entrada de Robinho no lugar de Mancuello, as tabelas voltaram a ser a tônica do time, que passou a oferecer mais perigo nos ataques. Não que Mancuello, individualmente, tenha feito má partida. Cabral ressurgiu das cinzas e voltou a jogar em alto nível, Fred serviu Arrascaeta (duas vezes) e Robinho, que também quase guardou chutando de fora da área – Rafinha pegou o rebote, em grande defesa do goleiro do Villa.

Mano agora terá que se virar entre Robinho, Mancuello, Thiago Neves e Arrascaeta, já que Rafinha é intocável no momento. Arrascaeta costuma ser menos regular que TN30, alternando genialidade e insignificância, mas sem ele o time fica mais pesado. Só perderia sua vaga para um atacante de lado que pudesse competir à altura, o que ainda não temos.

raniel entrou

No mais, lamento apenas a falta de chance que teve Raniel, que entrou aos 30’ quando o time já havia puxado o freio de mão. A insistência de Mano em Fred até o fim da partida é sempre irritante, ainda mais quando acompanhada da entrada de Rafael Sóbis por motivos muito além de nossa compreensão. Pode ser uma das alternativas a serem ainda trabalhadas para logo mais na temporada, assim como o eterno retorno de Dedé, apimentando as rodadas do Estadual, agora alternadas com jogos da Libertadores e com a classificação já matematicamente assegurada.

 

Em colaboração com Coletivo Maria Tostão

Fotos Washington Alves/Ligth Press/Cruzeiro

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