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28.02.2018

Postado por Ana Clara Costa Amaral

Si te gusta la Libertadores

Racing 4 x 2 Cruzeiro – Fase de Grupos da Copa Libertadores da América 2018

O batismo de fogo, o incansável exercício de fé na Bestia Negra e, por que não, os adversários que nos inspiram e nos movem de corpo e alma, estão de volta.

Uma estreia em El Cilindro, contra um Racing que se joga, vem assombrando a Argentina e lança Lautaro Martinez de quem, provavelmente, o mundo ainda muito ouvirá falar. Foi quase exatamente isso o que desejamos nos últimos longos dois anos distantes da Libertadores e, agora, não há razão nenhuma para não vibrar com a equipe.

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Como se não fosse já o tipo de desafio que faz do Cruzeiro o Cruzeiro, o clube brasileiro com mais jogos e vitórias em terras platinenses, à nossa estreia somaram-se os elementos do imponderável, no futebol como na vida, a despeito dos reclames do plim plim: em Minas e Buenos Aires, a notícia do falecimento do pai do Fábio, Seu Docão, já sinalizava o fim do conto de fadas de início de ano e o começo de um novo encanto.

Que assim seja, na fé de Fábio na alma de seu pai e na religião dele, na fé na camisa celeste na nossa religião. Como toda fé, precisam mesmo ser exercitadas, cultivadas antes que enferrujem, que é coisa que não se tem por conveniência e muito menos por dinheiro quando pinta a “precisão”. Um legado desses, bicho!

Até porque, quase nada da defesa tão treinada e preservada para esse jogo vingou, Edílson e Léo foram “cortados de última hora por suspensão”, uma história dessas muito mal contadas que se perdem na grandeza do dia.

Decorridos apenas 6 minutos de jogo, Fred se lesionou sozinho e teve que ser substituído. Desfalque para uns, reforço para outros… difícil cravar, mas o substituto Rafael Sóbis não comprometeu. Para o bem e para o mal, atuou muito próximo do melhor que podemos esperar de Fred ultimamente, o que inclui categoria e perder gols feitos. Ouso dizer que com lampejos verticais mais incisivos que o camisa 9.

Mesmo com as deusas que já deixavam claro que o dia não estava pra Raposa, pudemos observar a coisa mais linda da noite: nossa camisa. Que peso tem. Muito longe do ritmo de jogo ideal, visivelmente mais lento que o Racing, abatido e cheio de desfalques no Cilindro lotado, era o Cruzeiro quem colocava as cartas na mesa. É disso que estamos falando.

Foi com um Arrascaeta que, como disse na entrevista pós jogo, mal dormido e mal estando. Com um Henrique anestesiado e irreconhecível, Cabral apenas regular, Manoel acima do peso e com Murilo emocionalmente instável, sabe-se lá como, mas foi um partidaço. Tenho pra mim que qualquer outra camisa saía de lá pisoteada pelo estado das coisas e espírito, mas quem viu a partida e já metabolizou a cachaça, sabe que o placar foi mentiroso. Pelos pés de Robinho e Egídio, só dava Cruzeiro na criação, com bolas que cruzavam perigosamente a área adversária, sempre um segundo a frente do timing dos atacantes.

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O Racing não atacava com a bola rolando e nos pouco lances incisivos, com todo o mérito, teve 4 chances de gol e as converteu todas. Cinco se contarmos a única intervenção de Rafael no jogo, já que deixou de fazer outra, no quarto gol. Já o primeiro gol, num clássico copeiro, um lance feioso em que 5 jogadores impedidos despistam a genialidade do único habilitado. Catimba que por mais que ensaiada, não permite culpar nossa zaga atordoada.

A falta de feijão de Henrique e Egídio no corpo a corpo no último minuto de primeiro tempo foi, desconfio, o motivo pra não levarmos no mínimo o empate para casa. Depois de correr atrás do empate o Cruzeiro meteu bola na trave, forçou duas defesas plásticas e clareava sempre para o chute, desenhava a virada quando tomou o gol de desempate, mais um do maledetto, em jogada ensaiada marcada apenas pelo olhar de desgosto dos celestes. Hay que endurecer, sem dúvidas.

Sem partir também para um excesso de romantismo, no segundo tempo sentimos a ausência de Arrascaeta, ainda que estranho, e expôs-se a ferida do elenco: não temos alternativas para a velocidade do Rafinha. Não quero dizer que faltou Alisson porque papel de trouxa tem limites, digamos então que David fez e faz falta. A parte ofensiva manteve a elegância e postura no jogo, mesmo depois de acusar o golpe do 3 x 1, diminuiu com golaço de falta de Robinho, mas já não oferecia o perigo real da primeira etapa. A defesa no último quarto do campo em frangalhos, como na partida toda, à exceção de Lucas Romero, um leão em campo.

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O quarto gol pouco fez e já não havia mais, como diria Jack minha amiga boluda, cheirinho de empate. Fica a clara noção de que este time não poderia ter sido mais batizado do que foi e merece toda a nossa confiança. A decepção diante do turbilhão das últimas 24 horas vai cedendo, muito em breve, ao alento. E pra quem duvida, basta ver o jogo de novo. Com Mano Menezes no banco, antes ter uma defesa reserva passando apuros do que um time sem criação e sem brio.

Avante la Bestia Negra, se te faltava clima de Libertadores, toma!

#ForçaFábio

#FinalUnicaÉOCaralho

 

Fotos de Bruno Haddad/Cruzeiro

Em colaboração com o Coletivo Maria Tostão

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