01.02.2018
Postado por Thaianny Pontes
Boavista 1 x 1 Internacional – Primeira Fase da Copa do Brasil 2018
O cenário é: um time grande, com um passado vitorioso, elenco milionário e com todos os privilégios que o dinheiro oferece (avião fretado, equipe médica equipada, hotel cinco estrelas) enfrenta um time da quarta divisão do campeonato brasileiro, fundado em 2004, com elenco humilde e sem todos esses benefícios que são caros. É jogo único, onde a maioria dos resultados são favoráveis ao time “superior”. Ah, e o último ponto a ser considerado é: o time da quarta divisão vem com os reservas, pois prioriza outro campeonato.
Imaginou? Ok. Agora, com todas essas informações, a maioria dos torcedores estariam confiantes de que o resultado “natural” seria uma vitória sem complicações para o time “grande”, né? Ah, mas não se esse time for o Internacional, aí tudo muda e o que seria um jogo fácil vira um pesadelo. Nada é fácil para o Internacional, ele possui o dom de deixar qualquer jogo com times de menor expressão com ares de tensão. E isso é tão recorrente que os torcedores colorados já sabem e esperam por um resultado ruim quando o enfrentamento é contra um time menor. E ontem, mais uma vez, foi assim.
O Inter veio a campo com uma escalação diferente da que vinha jogando, com Dudu e Gabriel Dias no lugares de Claudio Winck e Camilo.
No primeiro tempo a maioria das chances foram do Colorado, mas quase todas elas sem causar grande perigo ao goleiro Rafael. Aos 37 minutos a jogada mais perigosa, que começou com o Rodrigo Dourado, que tabelou com Damião e entrou na área finalizando de primeira. O chute, porém, desviou na marcação, passou perto da trave e acabou indo para escanteio. Quem cobrou foi o D’Alessandro, que ergueu a bola na área, mas a forte cabeçada do Klaus acabou sendo defendida Rafael.
No final do primeiro tempo, a torcida colorada, que compareceu em grande número em Cascavel, já começava a vaiar o time, a falta de gol e pedia a entrada do Nico López. Apesar disso, o time voltou sem alterações para o segundo tempo da partida. Novamente, quem procurava o gol era somente o Colorado e aos 12 minutos da segunda etapa finalmente a insistência foi premiada.
A jogada começou com um cruzamento do Leandro Damião para o D’Alessandro, que de primeira deu um belo passe para William Pottker concluir a jogada e empurrar a bola para o fundo das redes.
A partir do gol o Inter relaxou e começou a troca de passes. A partida, que já estava chata, ficou insuportável, sem nenhuma jogada ofensiva de perigo eminente. Somente aos 38 minutos do segundo tempo é que uma outra grande chance de gol foi criada pelo Inter, nos pés do Victor Cuesta, defendida pelo goleiro Rafael.
E no apagar das luzes, quando todo mundo estava só pensando na janta, o Danilo Fernandes espalmou uma bola para o meio da área e Renan Donizete, que estava livre na pequena área, só empurrou a bola para o gol. Placar empatado aos 43 minutos do segundo tempo. Com o gol, o Boavista se empolgou e foi para o ataque tentando marcar o segundo, mas o tempo foi pequeno e o jogo acabou empatado. O regulamento da Copa do Brasil privilegia o time melhor classificado no ranking da CBF e permite que este passe de fase com um empate, caso do Inter.
Apesar de ter achado o jogo muito ruim, não acho que seja um momento de pânico, de “demite todo mundo”, “ninguém presta”, como é comum por essas bandas. O período é de início de temporada, com técnico novo e os ajustes estão sendo feitos. Vamos ter paciência com o Odair e deixar ele mostrar o trabalho.
Fotos de Ricardo Duarte/Internacional